Twitter anuncia mudanças na função de recorte de imagens após queixas de racismo
Rede social diz que usará menos seu algoritmo de recorte automático e dará mais controle para usuários decidirem o destaque de fotos. Perfis apontaram que o recurso teria inclinação a escolher rostos de pessoas brancas em imagens que também possuem rostos de pessoas negras. Rede social diz que vai diminuir a confiança nos algoritmos que realizam o corte automático das fotos
REUTERS/Kacper Pempel
O Twitter anunciou nesta sexta-feira (2) que vai alterar as funções de recorte automático de imagens para dar mais controle aos usuários.
A mudança acontece depois de perfis apontarem que a ferramenta automatizada tinha uma inclinação a escolher rostos de pessoas brancas em imagens que também possuíam rostos de pessoas negras.
A rede social diz que vai diminuir a confiança nos algoritmos que realizam o corte automático das fotos na linha do tempo, e que dará mais “visibilidade e controle” aos usuários sobre como as imagens serão exibidas em um tuíte.
“Esperamos que dar às pessoas mais escolhas sobre o recorte das imagens e mostrar a pré-visualização de como elas irão aparecer possa ajudar a reduzir o risco de ofensas”, diz um comunicado.
Com a mudança, o recorte exibido na hora de escrever um tuíte será igual ao que será mostrado na linha do tempo.
O Twitter disse que as alterações “estão por vir” e não especificou uma data de implementação, nem detalhou como o usuário poderá escolher a prévia.
Entenda o caso
Imagens muito grandes são recortadas na rede social, e os usuários precisam tocar sobre as fotos para vê-las por completo.
Em setembro, perfis publicaram fotos com uma pessoa negra em uma ponta e uma pessoa branca na outra, invertendo a ordem em uma imagem seguinte.
Saiba mais: Twitter diz que irá analisar algoritmo de prévia de imagens após queixas de racismo por usuários
Antes de abrir a imagem completa, o algoritmo do Twitter mostrava a pessoa branca com mais frequência.
Initial plugin text
A rede social utiliza uma rede neural para realizar cortes automáticos nas prévias das imagens publicadas na plataforma desde 2018.
Uma rede neural é um modelo computacional que faz o reconhecimento de padrões. No caso do Twitter, é utilizado um sistema que “prevê saliências em imagens para detectar pets, rostos, texto e outros objetos de interesse”.
Para realizar as previsões, esses sistemas são alimentados com bases de imagens para ensiná-los o que é um objeto de interesse.
No comunicado desta sexta-feira, o Twitter reforçou que realizou testes em seus algoritmos e que não encontrou vieses “raciais ou de gênero”, mas afirmou que a maneira como a rede social vinha realizando os recortes poderia causar ofensas.
Veja os vídeos sobre tecnologia no G1