TikTok anuncia ação judicial contra decreto de Trump


Presidente dos Estados Unidos proibiu qualquer transação com o popular aplicativo de vídeo e sua controladora chinesa ByteDance. EUA x TikTok: empresa chinesa vai entrar na Justiça contra o governo americano
Dado Ruvic/Illustration/Reuters
O TikTok afirmou no fim de semana que irá entrar na justiça nesta segunda-feira (24) contra o decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 6 de agosto, que proíbe transações com o popular aplicativo de vídeo e sua controladora chinesa ByteDance em 45 dias. 
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O TikTok disse à agência de notícias Reuters que tentou relacionamento com os EUA por quase um ano, mas que o governo americano não deu atenção aos fatos. 
“Para garantir que o estado de direito não seja descartado e que nossa empresa e usuários sejam tratados com justiça, não temos escolha a não ser contestar o decreto por meio do sistema judicial”, afirmou a empresa em um comunicado. 
A dona do TikTok, ByteDance, se pronunciou no domingo (23), dizendo que vai abrir oficialmente um processo contra o governo Trump nesta segunda-feira, 24 de agosto. 
Trump emitiu ordem em 14 de agosto dando à ByteDance 90 dias para vender as operações do TikTok nos EUA. A ByteDance tem feito progresso nas negociações com interessados, incluindo Microsoft e Oracle. Investidores norte-americanos da ByteDance também podem se juntar à oferta vencedora. 
Embora o TikTok seja mais conhecido por seus vídeos de pessoas dançando e tenha se tornando viral entre adolescentes, autoridades dos EUA têm mostrado preocupação de que as informações sobre usuários possam ser repassadas ao governo da China. 
Um representante da Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Compartilhamento de dados com a China
O aplicativo é criticado por parlamentares norte-americanos e pelo governo Trump, que alegam questões de segurança nacional devido ao fato de ser controlado pela companhia chinesa ByteDance.
Os decretos de Trump afirmam que o TikTok e o WeChat “captura(m) automaticamente vastas faixas de informações de seus usuários … essa coleta de dados permite que o Partido Comunista Chinês acesse as informações pessoais e proprietárias dos americanos”.
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Ainda na resposta sobre a ação de Trump, o TikTok afirmou que “nunca compartilhou dados dos usuários com o governo chinês, nem censurou o conteúdo a seu pedido”.
A outra plataforma envolvida no possível banimento é o WeChat, um aplicativo de troca de mensagens instantâneas para dispositivos móveis e concorrente do WhatsApp. Ele foi lançado em janeiro de 2011 e é desenvolvido pela empresa chinesa Tencent. É um dos app s de mensagens mais usados no mundo, com mais de 1 bilhão de usuários mensais ativos.
TikTok
Trump vem ameaçando banir o aplicativo TikTok nos EUA há semanas. A plataforma, que tem crescido rapidamente, tem cerca de 80 milhões de usuários mensais ativos nos Estados Unidos, e é acusada de coletar dados pessoais de americanos para compartilhá-los com o governo chinês.
A Microsoft está em negociações para comprar o aplicativo da ByteDance, mas Trump parece duvidar que esse acordo possa ser aprovado.
O TikTok é um aplicativo gratuito, uma espécie de versão resumida do YouTube. Os usuários podem postar vídeos de até um minuto e escolher entre um enorme banco de dados de músicas e filtros. Geralmente, os vídeos têm sincronização labial de músicas, cenas engraçadas e truques de edição incomuns.
A plataforma explodiu em popularidade nos últimos anos, principalmente com pessoas com menos de 20 anos.
Esses vídeos são disponibilizados para seguidores, mas também para estranhos. Por padrão, todas as contas são públicas, embora os usuários possam restringir os uploads para uma lista aprovada de contatos.
Quando um usuário tem mais de mil seguidores, ele também pode fazer transmissões ao vivo para seus fãs e aceitar presentes digitais que podem ser trocados por dinheiro.
A Índia já bloqueou o TikTok e outros aplicativos chineses. A Austrália, que já proibiu a companhia de tecnologia chinesa Huawei e a fabricante de equipamentos de telecomunicações ZTE, também está considerando proibir o TikTok.
O aplicativo foi baixado com mais frequência na Índia, mas a proibição de Délhi significa que a China atualmente é seu principal mercado, seguida pelos Estados Unidos. O Brasil aparece em quinto lugar, depois da Indonésia.