Startup de Goiânia tem crescimento acelerado com conceito de troca

A plataforma utiliza um conceito bem antigo, o de permuta. Ou seja, para adquirir alguma coisa não se usa dinheiro, e sim trocas. Startup de Goiânia tem crescimento acelerado com conceito de troca
A inovação é uma alavanca para fazer as empresas atravessarem a pandemia. A economia colaborativa pode ser uma opção. Em Goiânia, uma startup está em crescimento acelerado com a atualização de um conceito bem antigo: o de troca. A velha permuta.
Com o apelido carinhoso de “kit bolinho”, o produto foi parte da salvação do negócio de lembrancinhas para festas da Janaína.
“O ramo de festas, ele parou praticamente. E aí esse kit só um bolinho começou a explodir. Porque ninguém quer deixar a data passar em branco. Começamos a divulgar na plataforma também e a venda aumentou pela plataforma”, explica Janaína Batista.
A outra parte da solução foi a “plataforma” usada pela empresária. Nela não é preciso de dinheiro de verdade para comprar – é tudo na base da permuta. A invenção é do empresário Rafael Barbosa.
“Como tá travada a economia tradicional, a economia colaborativa acaba ganhando mais espaço”, diz Rafael.
“Muita gente tá procurando, com a crise econômica, trocar”, completa Janaína.
Com uma diferença. A troca é multilateral. Normalmente, pra uma troca acontecer, os dois lados interessados devem ter um interesse em comum. Uma parte fornece o produto ou serviço que a outra pessoa precisa – e vice-versa. Com a plataforma, isso não é mais necessário. Um terceiro elemento entra nessa história. Quando alguém contrata seu trabalho ou compra seu produto, você recebe um crédito no site – e pode gastar com qualquer outro fornecedor.
Janaína diminuiu em 50% o faturamento dela em março e abril. Hoje, garante o equivalente a 70% do que ganhava no antigo negócio, fazendo as trocas dentro da plataforma. “Lá eu vendo o meu produto, só que em vez de receber o dinheiro em espécie, eu recebo a moeda digital. E lá na plataforma eu compro o que eu preciso”, explica Janaína.
A startup garante as transações – o que elimina o risco de calote. Em cada compra, o usuário paga uma taxa de 10% do valor em reais para a plataforma. “Quando a gente teve contato com a permuta multilateral ela me encantou muito pela facilidade de implementação e pela inteligência. Ela influencia na vida de todos os prestadores de serviço e comerciantes”, diz Rafael.
Durante a pandemia do coronavírus, com lojas fechadas e menos dinheiro circulando, a permuta ganhou importância e a procura pela plataforma aumentou. Antes da crise, a startup recebia cerca de 10 novos cadastros por dia, agora são 50.
“Da terceira semana pra frente de isolamento os próprios clientes começaram a nos indicar, começam a ver a permuta multilateral como uma forma de resolução”, conta Rafael.
No momento, a plataforma tem 10 mil empresas cadastradas em Goiânia e São Paulo. Os serviços e produtos mais procurados são alimentação, gráficas e material de construção. E de troca em troca, a roda gira.
“A gente não pode deixar os business desestruturarem. Eu penso numa plataforma como a nossa como sendo um meio pra fazer com que os empresários passem mais fácil dessa fase de pandemia”, finaliza Rafael.
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