‘Sou a favor de todas as investigações’, diz Neto sobre caso Queiroz

O prefeito ACM Neto comentou nesta sexta-feira (19) a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, acusado de organizar esquema de rachadinha no gabinete do filho do presidente quando este era deputado federal no Rio de Janeiro.
“É um caso muito nebuloso, muitas coisas precisam ser esclarecidas. É sério que o advogado era dono do imóvel lá em Atibaia? Advogado do filho do presidente, estava recentemente em eventos do Palácio do Planalto, da Alvorada. É um absurdo”, avaliou o prefeito, durante coletiva virtual.
Ontem, Neto já havia dito que pessoas públicas precisam de clareza em suas vidas e que era à favor da investigação, mesmo sem conhecer detalhes do caso.
“É claro que a prisão do Queiroz não é uma pauta que agrada o governo, óbvio que não, porque de certa forma o governo vem vivendo com esse fantasma desde que o presidente tomou posse. Eu não tenho elementos para avaliar o fundamento da decisão de prender o Queiroz e das medidas judiciais que foram tomadas. Vi pela imprensa, tive as informações que todos tiveram, não conheço o processo, não me sinto à vontade para comentar isso. Mas é óbvio que se trata de um tema que não é agenda positiva para o governo, é um tema incômodo para o governo. Está certo ou errado, não tenho condições de avaliar. Todos que estão na vida pública devem satisfação, devem agir com transparência. Sou a favor de todas as investigações”, afirmou.
Prisão
Queiroz foi preso ontem em uma casa em Atibaia pertencente ao advogado Frederik Wasseff. Ao longo de todo o dia de ontem, o clima no governo foi tenso. A avaliação é de que a prisão do ex-assessor parlamentar em um endereço do advogado ligado ao presidente colocou o caso da “rachadinha” dentro do Palácio do Planalto. Desde o início das investigações do esquema na Assembleia Legislativa do Rio, o governo trabalhou para blindar o mandato do presidente.
Auxiliares de Bolsonaro afirmam que o governo continuará insistindo na narrativa de que, se houve algum problema, foi localizado no gabinete de Flávio e, portanto, sem qualquer ciência do presidente. Outra estratégia é evitar comentários sobre o caso, em uma tentativa de, mesmo nos bastidores, passar a imagem de que não se trata de um assunto de preocupação do Planalto.
Ao mesmo tempo, integrantes do Planalto avaliam que a prisão de Queiroz reforçará o discurso do presidente de que há uma perseguição política e conspiração contra ele e sua família para desestabilizar o governo. A