Setor de serviços recua 0,9% em maio, 4ª queda consecutiva

Setor passa a acumular perda de 19,7% com a pandemia, mostra IBGE. Na comparação com maio do ano passado, a queda foi de 19,5%, a mais intensa Após tombo recorde em abril, o volume de serviços prestados no Brasil registrou queda de 0,9% em maio, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É a quarta queda mensal consecutiva do setor, que passa a acumular uma perda de 19,7% com a pandemia.
“Essa taxa de -0,9% mostra um aprofundamento de um cenário que já era muito desfavorável para o setor de serviços. Ter um resultado ainda negativo quando a comparação é feita com abril, mês que tivemos o pior resultado da série histórica (-11,9%), é bastante significativo”, afirmou o gerente da pesquisa Rodrigo Lobo.
Na comparação com maio do ano passado, a queda foi de 19,5%, a terceira taxa negativa consecutiva e a queda mais intensa desde o início da série histórica, em janeiro de 2012.
No acumulado no ano, o setor de serviços tem queda de 7,6% e, nos últimos 12 meses, perda de 2,7%.
Perspectivas
Economistas avaliam que o “fundo o poço” foi em abril e que já há sinais de reação da economia, mas alertam para incertezas ainda elevadas e riscos de piora fiscal e descontrole do coronavírus.
Na quarta-feira, o IBGE mostrou que as vendas do comércio varejista cresceram 13,9% em maio, acima do esperado, recuperando parte das perdas registradas em março e abril. Já a produção industrial cresceu 7% em maio, após 2 meses de queda e de um tombo recorde em abril (-18,8%).
Indicadores de maio e junho apontam reação da economia brasileira
O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que o Brasil entrou em recessão já no 1º trimestre, sem ter recuperado todas as perdas da recessão de 2014-2016.
A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de retração de 6,50% para a economia brasileira este ano, indo a um crescimento de 3,50% em 2021.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos. Nos três primeiros meses de 2020, foi registrada uma retração de 1,5% na economia brasileira.