Sem auxílio emergencial, cerca de 6,6 milhões de domicílios teriam renda mensal per capita de R$ 12, diz IBGE

Com o benefício, renda média para os mais pobres teve salto de mais de 2.700%, chegando a R$ 349. Auxílio emergencial diante da pandemia chegou a 43,9% dos domicílios em agosto. Pesquisa do IBGE enfatiza a relevância do auxílio emergencial na renda dos mais pobres; 43,9% dos domicílios contaram com o benefício em agosto
Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo
Dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfatizaram a relevância do auxílio emergencial para a sobrevivência dos brasileiros mais pobres, que tiveram alta de mais de dois mil por cento na renda diante do benefício.
Segundo o levantamento, em cerca de 6,6 milhões de domicílios a média da renda per capita, ou seja, por pessoa, em agosto foi de R$ 12,47. Com o auxílio, no entanto, essa renda saltou para R$ 349,48 – uma alta de 2.703%.
Dos cerca de 6,6 milhões de domicílios com os menores rendimentos do país, quase um milhão não recebeu algum tipo de auxílio emergencial relacionado à pandemia do coronavírus. Para eles, a renda mensal máxima foi de R$ 88,03.
Para os domicílios cuja renda média per capital em agosto foi de R$ 192,27, com o auxílio esse valor subiu para R$ 436,27, uma alta de aproximadamente 127%. Já para aqueles com rendimento médio de R$ 342,11, o auxílio aumentou o valor em cerca de 63%, chegando a R$ 558,90.
Este cálculo, segundo o IBGE, evidencia o quanto o benefício é mais relevante para os mais pobres.
Para analisar o alcance do auxílio emergencial, o IBGE dividiu os domicílios do país em dez faixas de rendimento mensal per capita. Constatou-se que mais da metade dos domicílios nas primeiras seis faixas de rendimento, ou seja, de menor renda per capita média, contaram com o recurso extra em agosto.
De acordo com o IBGE, ao todo cerca de 31,1 milhões de domicílios contaram, em agosto, com algum tipo de auxílio financeiro criado especificamente para socorrer a população diante da crise provocada pela pandemia, o que corresponde a 43,9% de todos os domicílios do país.
IBGE dividiu os domicílios do país por faixa de renda para analisar impacto do auxílio emergencial
Economia/G1