Saúde é o tema político de maior interesse no Google durante as eleições
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Saúde é o tema político mais procurado no Google, seguido de educação, Bolsa Família e impostos, de acordo com dados do Trends, página que a partir desta quarta-feira (20) começa a mostrar as tendências de busca no contexto das eleições municipais de 2020.
A pesquisa por saúde se mantém em alta desde o início do ano, com um pico em março, quando a pandemia de coronavírus começou a se alastrar pelo país. Em 18 estados brasileiros, é a categoria relacionada ao debate político mais buscada neste ano.
O tema costuma gerar bastante interesse no período eleitoral, mas foi proporcionalmente maior neste ano na comparação com as últimas eleições municipais.
Na semana de 4 a 10 de outubro, por exemplo, o assunto tinha a nota 60 de uma escala de 0 a 100, seguido por educação, com 50.
Nessa página do Google, não são consideradas apenas as palavras-chave digitadas na busca. Um algoritmo faz a classificação dos termos em verticais categorizadas de maneira automática. Com ferramentas de inteligência artificial, o Google identifica se o eleitor procura pelo assunto saúde no contexto político ou em outro.
Por exemplo, se procurar “candidato saúde” ou “Covid eleições”, os resultados já entram na vertical de política.
Em relação a pesquisas relativas ao assunto “votar”, a pergunta mais vezes feita no Brasil nos últimos sete dias foi “O que acontece se não votar?”. Depois, aparecem “Se não votar e nem justificar, o que acontece?” e de “Quem pode votar nas eleições?”.
“Essas perguntas chamam atenção em relação a outras eleições, quando as pessoas buscavam nominalmente como justificar. Demonstra certo receio devido à pandemia. Também observamos interesse em São Paulo de como fazer para justificar o voto de idosos”, diz Marco Túlio Pires, coordenador do Google News Lab no Brasil.
A página de tendências do Google também mostra o interesse por candidatos e partidos políticos em diferentes regiões do país. Junto à palavra candidato/a, o PT é o partido com maior número de buscas, com 36% da concentração da busca nessa categoria na última semana. O interesse pela legenda é maior na Bahia e no Rio Grande do Sul.
Depois, vêm empatados com 11% o Partido Novo e o PSOL, seguidos do PSL, antigo partido do presidente Jair Bolsonaro, com 10%. Nos últimos 14 dias, o PT lidera a busca nacional. Na sequência, surgem PSOL, depois PSL, Novo e PSDB.
Isso também difere do cenário das últimas eleições municipais, quando não havia grande interesse por partidos como PSOL e PSL, que hoje se posicionam frente a legendas tradicionais no interesse da população, como PDT, PSDB e DEM.
No recorte de busca relacionado ao termo “candidatos”, os eleitores passaram a procurar por “partido”, o que significa que tentam identificar de qual legenda é determinado político. Essa busca se sobressai diante de “candidato pesquisa” (que é quando tentam entender o desempenho individual em pesquisas eleitorais) e de “candidato número” (que é a sequência para votar na urna eletrônica).
Nos últimos sete dias, os brasileiros procuraram entender mais sobre as “regras para eleição municipal em 2020”. A busca por esses termos agregados subiu mais de 700%. O primeiro turno está marcado para o dia 15 de novembro.
Tribunal Superior Eleitroal e Divulgacand, plataforma do tribunal com informações dos candidatos, vêm em segundo lugar, com 250% no aumento da procura durante a última semana.
Em São Paulo, o ranking de candidatos mais buscados de 6 a 20 de outubro é liderado por Guilherme Boulos (PSOL), que tem alta popularidade digital, seguido de Celso Russomanno (Republicanos), líder na corrida, segundo o último Datafolha, Bruno Covas (PSDB), Arthur do Val (Patriota) e Marcio França (PSB).
Já entre os partidos, o PT figura entre os principais na busca do estado paulista, concentrando 40% do interesse quando relacionado ao termo candidato, o que pode indicar que eleitores querem saber quem é o candidato da legenda. Depois, aparecem Partido Novo, com 28%, e PSOL, com 14%.
Assim como no resto do país, a saúde também aparece entre os termos políticos mais procurados do ano, com 36%.