Safra de grãos no Brasil deve crescer 4,8% e alcançar recorde de 253,7 milhões de toneladas


Dados são da temporada iniciada em 2019 e que termina em setembro deste ano. Milho e soja foram os responsáveis pelo resultado positivo. Colheita de soja em Mato Gosso
Secom-MT/ Divulgação
A safra de grãos do Brasil, a principal do país, deverá atingir 253,7 milhões de toneladas na temporada 2019/2020, de acordo com o penúltimo levantamento do ciclo divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira (11).
Se confirmado, o resultado será 4,8% maior, ou o equivalente a 11,6 milhões de toneladas sobre a produção da safra passada. O carro-chefe dos grãos é comandado pela soja e milho, que garantem quase 90% da produção nacional.
Com o final próximo da colheita da primeira e segunda safra das commodities, o estudo passa a analisar as culturas de terceira e de inverno, de olho no comportamento climático que vem favorecendo as lavouras até agora.
A soja, principal produto do agronegócio brasileiro, já tem garantida a produção recorde estimada em 120,9 milhões de toneladas, com ganho de 5,1%, segundo a Conab.
As safras de milho também estão recorde assegurado de 102,1 milhões de toneladas. A colheita da primeira safra já encerrou enquanto a segunda está em reta final, dependendo de 1,5% da contribuição das lavouras cultivadas na região do Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia).
Produção de milho movimenta economia de cidade do Mato Grosso
O levantamento desta terça segue em linha com o divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A diferença é que o levantamento da Conab leva em conta o calendário de safra, que começa no segundo semestre de um ano e termina no início do segundo semestre do ano seguinte. Já o IBGE considera o que é produzido nos 12 meses do ano.
Trigo, aveia e afins
Enquanto isso, as culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada trigo e triticale) finalizam o plantio neste mês, diz o governo. A estimativa é de crescimento de 12,1% na área plantada, com destaque para o trigo, que sinaliza um crescimento de 14,1% e alcance de 2,33 milhões de hectares.
A depender da ajuda climática, a produção deve chegar a um recorde de 6,8 milhões de toneladas. O Brasil só ultrapassou a marca dos 6 milhões de toneladas de trigo em 4 ocasiões na série histórica, sendo esta a maior, caso se confirmem as estimativas.
Os demais produtos que integram a cadeia de grãos, como algodão, arroz e feijão, caminham também para a finalização da colheita, com um desempenho de produção acima do produzido no último período.
O arroz deve crescer 6,6% e colher 11,2 milhões de toneladas. Dessas, 10,3 milhões em áreas de cultivo irrigado.
Por sua vez, o algodão aumenta 5,4%, prevendo uma produção de 2,93 milhões de toneladas de pluma.
E o feijão total cresce 5,4%, alcançando 3,18 milhões de toneladas, dependendo da terceira safra que está em fase de colheita. Mais da metade dessa colheita (1,9 mi t) é da espécie comum cores.