Reitor da Unicamp pede equilíbrio, mas defende retomada gradual: ‘Em algum momento teremos de enfrentar essa situação’


Marcelo Knobel destaca que é preciso levar em consideração o prejuízo de estudantes que dependem das atividades presenciais, mas que a prioridade é a vida das pessoas. Vista aérea do campus da Unicamp, em Campinas (SP)
Reprodução/EPTV
O reitor da Unicamp defendeu nesta quinta-feira (17), em transmissão pelas redes sociais, o plano de retomada gradual nos três campi e nos colégios vinculados à universidade estadual em Campinas (SP), Piracicaba (SP) e Limeira (SP).
Citando prejuízos aos estudantes que precisam se formar ou dependem de laboratórios e estágios, prejudicados com a interrupção de atividades presenciais há quase sete meses por conta da pandemia, Marcelo Knobel disse que há uma busca por “equilíbrio” nesse retorno parcial sem colocar em risco às pessoas, mas que o movimento é necessário.
Unicamp define calendário para retomar atividades presenciais
O reitor explicou que 11 grupos de trabalhos diferentes e centenas de pessoas trabalharam no cronograma, e que o cenário na região de Campinas e no estado de São Paulo indica, ainda que lentamente, que a pandemia começa a diminuir.
“O plano de retorno é mais difícil do que foi parar com as atividades presenciais. Em algum momento nós teremos que enfrentar essa situação. Não sabemos quando a vacina virá, e se virá, ou como será distribuída. Temos que buscar alternativas importantes para mitigar o contágio de maneira cuidadosa.”
Apesar do cenário atual favorável, o reitor não descarta, caso necessário, uma revisão dos planos. “Qualquer atualização nova que ocorrer e qualquer mudança nesse cenário [plano SP], interrompemos esse plano e voltamos a estaca zero.”
Autonomia para as unidades
Knobel ressaltou que cada unidade da Unicamp terá autonomia para definir o que é prioritário retornar ou não, e que tudo que puder continuar sendo feito de forma remota continuará desta maneira, a exemplo das atividade acadêmicas.
O reitor enfatizou que cada unidade deverá levar a situação pessoal em consideração, como histórico de comorbidades, idade ou situação familiar, como filhos pequenos.
Em relação ao assunto “filhos”, Knobel disse que sobre o retorno de servidores à Divisão de Educação Infantil e Complementar (DedIC), que envolve um contingente grande de crianças, que alguns pontos estão em discussão, mas que sua sugestão aos dirigentes é para que os funcionários que dependem da creche não entrem nas primeiras partes do plano.
Marcelo Knobel, reitor da Unicamp, durante transmissão pelas redes sociais nesta quinta-feira (17)
Reprodução
Testes, aplicativo e videoaulas
Pelo plano de retomada gradual, a Unicamp prevê aplicações de testes RT-PCR em toda a comunidade, incluindo professores, funcionários e alunos. Além disso, será obrigatório o uso e cadastro em um aplicativo desenvolvido pela universidade, em que o usuário deve descrever seus sintomas todos os dias.
“O aplicativo vai permitir identificar se é necessário indicar que essa pessoa fique em casa ou procure atendimento médico, além de verificar por onde passou”, explicou Knobel.
Durante o retorno ao campus, também será obrigatório o acompanhamento de videoaulas com cuidados sanitários durante a pandemia – inclusive para funcionários de terceirizadas.
Ainda que tenha estabelecido diretrizes para a retomada, o reitor voltou a enfatizar que as fases [veja mais detalhes abaixo] indicam o retorno de “até”, e não a necessidade de que se tenha essa quantidade de servidores ou alunos nos campi.
“Cada unidade, cada serviço, vai definir. Inclusive se haverá rodízio. O que temos certeza é será impossível atender o número total de servidores e alunos, é uma questão de infraestrutura. Por isso essa busca por um equilíbrio”, completou.
Retomada das atividades na Unicamp
19/10: até 20% de servidores;
02/11: até 40% de servidores;
16/11: até 60% de servidores, até 25% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 25% de crianças atendidas pelo Centro de Convivência Infantil/Serviço Socioeducativo;
30/11: até 80% de servidores, até 50% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 50% de crianças atendidas pelo Centro de Convivência Infantil/Serviço Socioeducativo;
14/12: até 100% de servidores, até 75% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 75% de crianças atendidas pelo Centro de Convivência Infantil/Serviço Socioeducativo;
23/12 a 04/01/2021 – recesso de fim de ano
04/01/2021: até 100% de servidores, até 100% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 100% de crianças atendidas pelo Centro de Convivência Infantil/Serviço Socioeducativo;
Nas primeiras quatro semanas, a Unicamp estipula aumento gradual no número de funcionários, com intervalo de duas semanas entre cada período, sendo que a primeira prevê volta apenas de atividades administrativas e de suporte, e com preferência para regime de rodízio.
Ao longo desta etapa, segundo a instituição, ocorrem altas proporcionais nas capacidades de atendimento do transporte fretado/interno do campus, e serviços do restaurante universitário.
A comunidade é estimada em 46 mil pessoas e, de acordo com a Unicamp, deste total pelo menos 7 mil profissionais e alunos residentes da saúde foram testados desde o início da pandemia até agosto. Caso eles apresentem sintomas relacionados à Covid-19, diz a assessoria, serão novamente avaliados.
Infográfico mostra os sintomas da Covid-19
G1
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