Recursos já aprovados para repor arrecadação dos estados são suficientes, diz governo

Secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, aponta retomada da arrecadação local. Na terça, representante dos estados falou em ampliar pacote de socorro. O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (22) que considera “suficientes” os recursos que já estão sendo repassados pela União para recompor as perdas de arrecadação de estados e municípios.
A medida provisória 938 entrou em vigor em 2 de abril e prevê o repasse de até R$ 16 bilhões aos estados e municípios para repor perdas de arrecadação, entre outros valores. O dinheiro vai recompor os fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM).
Segundo informações da área econômica, entre maio e junho, a União repassou aos estados algo como R$ 9,2 bilhões, além de suspender a cobrança de R$ 6,1 bilhões no pagamento de dívida dos estados e municípios.
No mesmo período, durante a pandemia do coronavírus, a queda de arrecadação dos estados é estimada em R$ 7,1 bilhões. De acordo com o governo, há ainda três parcelas programadas do auxílio federal.
“Mostrou-se a suficiência desse valor, até porque a arrecadação já está em fase de recuperação, em fase efetiva”, acrescentou Waldery Rodrigues.
Estados pedem mais
Veja as medidas tomadas por estados e municípios no combate à pandemia
Na terça (21), durante audiência pública na comissão do Congresso Nacional que acompanha o enfrentamento à pandemia, o presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos estados (Comsefaz), Rafael Fonteles, afirmou que o pacote de auxílio do governo é “insuficiente para a grande maioria dos estados”.
Ele pediu manutenção da recomposição de perdas até novembro – algo que já tinha sido solicitado em junho deste ano.
“Mesmo com a retomada das atividades econômicas, o efeito na queda da arrecadação continua. Porque a crise econômica não deriva apenas do fato de as atividades econômicas estarem suspensas, mas pelo pavor dos agentes econômicos que mudam seu comportamento, e isso se reflete na arrecadação. Nossas estimativas são de que essas perdas continuem nos próximos meses”, afirmou Fonteles.
O presidente do Comsefaz pediu, ainda, o adiamento no pagamento da dívida dos estados para instituições financeiras internacionais, a suspensão no pagamento de precatórios, e reclamou do veto à Lei 14.007 – que destinava mais R$ 8,6 bilhões para os estados e municípios combaterem a pandemia.
‘Emergência fiscal’
Apesar desse pedido, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia afirma que a União está em “emergência fiscal”. Waldery Rodrigues explica que o governo precisa de autorização anual do Congresso Nacional para emitir dívida, por conta de desequilíbrios na regra de ouro.
Essa regra impede que o governo contraia dívida para cobrir despesas correntes, como o pagamento de salário de servidores.
“Precisamos caminhar no sentido de consolidação fiscal. É preciso que gerações futuras não sejam penalizadas por decisões tomadas hoje. Fizemos a transferência voluntariamente da cessão onerosa aos estados e municípios. Fizemos a aprovação do auxilio emergencial, por meio da lei complementar 173, mais efetiva, com incentivos corretos. Não é a União, como garantidora universal de que os estados perderiam, ou municípios com INSS. Seria uma estruturação muito ruim, perversa”, declarou.
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