Recuperação econômica duradoura só é possível se pandemia for vencida, diz chefe do FMI
Fundo lança agenda política global com medidas para superar a crise. Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, em imagem de arquivo
Reuters
Uma recuperação econômica duradoura só será possível se a pandemia do coronavírus for vencida em todos os locais, afirmou nesta quarta-feira (14) a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
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Em comentários preparados para a imprensa durante o encontro anual do fundo – que acontece de forma virtual este ano -, Georgieva apontou que o cenário ficou “menos terrível” ao longo dos últimos meses, mas lembrou que as estimativas ainda apontam para a pior recessão global desde a grande depressão da década de 1930.
Na terça-feira, o FMI divulgou suas estimativas revisadas para a economia global, e projetou um tombo de 4,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 – uma queda menor que os 4,9% esperados anteriormente.
“Há nove meses desde o início da pandemia, ainda estamos lutando contra a escuridão de uma crise que ceifou mais de um milhão de vidas, e que levou a economia a reverter, causando uma forte alta do desemprego, crescimento da pobreza e o risco de uma ‘geração perdida’ em países de baixa renda”, afirmou.
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Georgieva apontou que todos os países agora enfrentam uma ‘longa ascensão’: “uma jornada que será difícil, irregular, incerta e sujeita a contratempos. Neste cenário, o FMI está lançando uma agenda de política global que destaca as medidas que acredita necessárias para superar a crise. As três prioridades dessa agenda são:
Continuar a proteger vidas e os meios de vida. O Fundo defende o aumento das medidas de saúde, assim como apoio fiscal e monetário a famílias e empresas.
Construir uma economia mais resiliente e inclusiva. Segundo o FMI, o investimento público, especialmente em projetos sustentáveis e infraestrutura digital, podem ‘virar o jogo’, e tem potencial para criar milhões de novos empregos, ao mesmo tempo aumentando a produtividade e o rendimento.
Lidar com a dívida. Abordar esse problema no médio prazo será crítico mas, para muitos países de baixa renda, uma ação urgente é necessária agora. Esses países precisam de mais acesso a donativos, créditos e alívios de dívida.
“Mais do que nunca, precisamos de uma forte cooperação internacional, especialmente no desenvolvimento e distribuição de vacinas”, disse a chefe do FMI. “Devemos ousar enfrentar nosso desafio mais assustador juntos; devemos ousar tomar as ações certas agora”, concluiu.
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