Quatro a cada dez escolas do Brasil não tem estrutura para lavagem de mãos dos alunos, afirma OMS e Unicef


Rotina de higienização das mãos é primordial para evitar doenças e será indispensável para a volta às aulas presenciais após suspensão devido à pandemia do coronavírus. Pias e totens de álcool em gel foram instalados nas escolas.
Divulgação/Secom
Quatro a cada dez escolas do Brasil (39%) não dispõem de estrutura básica para a lavagem de mãos, de acordo com um relatório do Programa Conjunto de Monitoramento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para Saneamento e Higiene.
A rotina de higienização das mãos é primordial para evitar doenças e será indispensável para a volta às aulas presenciais após fechamento das escolas devido à pandemia do coronavírus.
Dados do Censo Escolar 2018 apontam que 26% das escolas brasileiras não têm acesso a abastecimento público de água e quase metade (49%) das escolas brasileiras não tem acesso à rede pública de esgoto.
Imagem de janeiro de 2020 mostra pia quebrada em banheiro de escola de Samambaia, no DF
TV Globo/Reprodução
Situação é mais grave no Norte
De acordo com o relatório, somente 19% das escolas públicas do Amazonas têm acesso ao abastecimento de água, a média nacional é de 68%.
Em alguns estados do Norte, menos de 10% das escolas têm acesso a esgoto sanitário. No Acre, 9% das escolas públicas têm acesso à rede pública de esgoto. Em Rondônia, 6%; no Amapá, apenas 5%.
Falta de acesso ao saneamento básico é realidade para milhões de brasileiros
A falta de acesso ao saneamento é mais recorrente na população de baixa renda, em aldeias indígenas, nas periferias urbanas, assentamentos informais e favelas, onde vivem aproximadamente 13 milhões de brasileiros.
No caso das aldeias, o relatório cita que apenas uma em cada três aldeias em terras indígenas tem acesso à água tratada.
“A necessidade de comprometimento é importante não apenas a curto prazo, para combater os efeitos imediatos da pandemia, mas também a médio e longo prazo, para superar os impactos da crise e alcançar, o quanto antes, a meta de serviços sustentáveis de água e esgoto para todos”, diz o relatório.
O cenário não é animador. Na segunda (10), o Ministério da Educação (MEC) confirmou um corte de R$ 4,2 bilhões no orçamento para 2021, o que representa menos 18,2% em relação ao que foi aprovado para 2020 (R$ 103 bilhões).
Embora a União atue, principalmente, no ensino superior, os estados brasileiros, por sua vez, são responsáveis, em parceria com os municípios, por ações no ensino fundamental e médio. Além da arrecadação própria, os estados e municípios também recebem repasses de recursos do governo federal – e o corte anunciado pelo MEC será repassado a todas as áreas.
Além disso, estados e municípios deverão receber menos recursos para a educação devido à queda de arrecadação de impostos destinados à área.
As escolas das redes municipais de ensino poderão ter perdas entre R$ 15 bilhões e R$ 31 bilhões, o que corresponde a um percentual entre 10% e 20% do total de recursos destinados em 2019, que foi de R$ 154,2 bilhões. Na rede estadual, a pandemia do coronavírus poderá trazer um impacto de R$ 27,7 bilhões a menos. As projeções são do movimento Todos pela Educação e do Instituto Unibanco.
Como lavar as mãos do jeito certo com água e sabão
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