Quanto custa manter o carro mais vendido de cada marca na Bahia?

A maioria dos veículos novos conta com três anos de garantia. Mas para mantê-la válida é preciso fazer as revisões obrigatórias

Atualmente, a maioria das fabricantes trabalha com três anos de garantia no mercado brasileiro de veículos. Quatro delas oferecem cinco anos: Caoa Chery, Hyundai, Kia e Toyota – que mês passado estendeu essa cobertura de 60 meses para os modelos, antes só o Corolla contava com isso. Há casos de apenas um produto ter uma garantia maior, é o caso da Ranger, único modelo da Ford com cinco anos de cobertura.

Mas para contar com a garantia, que não cobre itens de desgaste como pneus e baterias (exceto por algum defeito na fabricação), é preciso cumprir as revisões programadas, estabelecidas no manual. É um contrato da fabricante com o consumidor. Por isso é importante checar qual a periodicidade e os valores de cada revisão.

Em média, o brasileiro roda até 60 mil quilômetros com um veículo, por isso fizemos uma lista com 10 carros, os mais vendidos de cada marca na Bahia, e o preço médio dessas seis primeiras manutenções programadas.

Automóvel mais vendido do Brasil, o Onix foi também o mais emplacado no estado entre janeiro e maio: 2.017 unidades. A Chevrolet indica que as revisões sejam feitas a cada 10 mil km ou a cada ano, e o consumidor deve levar em consideração o que ocorrer primeiro. Seja com motor aspirado ou turbo, o primeiro serviço custa R$ 284. No entanto, a média das seis primeiras fica em R$ 505,33 cada. Isso ocorre porque as peças e os serviços variam de acordo com a quilometragem.

Produzido em Camaçari, o Ka é o Ford mais licenciado na Bahia. Foram 1.288 carros no acumulado deste ano. A Ford segue no Ka e o mesmo sistema adotado pela Chevrolet com o Onix: 10 mil km ou 12 meses para o cliente efetuar os serviços obrigatórios para a manutenção da garantia e bom funcionamento do veículo. A primeira custa R$ 449, seja para os modelos 1 litro ou 1.5 litro. Na média, cada uma das seis primeiras vai custar R$ 585,66 para o Ka 1.0 e R$ 549 para o 1.5 litro. Ou seja, nem sempre manter um carro 1.0 é mais barato.

A vocação para o agronegócio e serviço do estado faz com que a picape Toro seja o modelo mais emplacado da Fiat na Bahia com 1.068 unidades. O utilitário é oferecido com motor 1.8 litro flex, que correspondeu por 354 unidades neste período, e 2 litros diesel, que 714 teve veículos licenciados no acumulado do ano. Na configuração bicombustível vale a regra de 1 ano ou 10 mil km e na motorização diesel deve ser feita a cada 20 mil km ou 12 meses. Para uma Toro flex o custo inicial de revisão é R$ 424 e o custo médio para cada uma das seis primeiras é R$ 837,33. A primeira revisão da picape diesel custa R$ 812 e o valor médio para a seis primeiras é R$ 1.368,67.

Na quarta colocação vem o Hyundai HB20, que somou 1.032 emplacamentos nos primeiros cinco meses do ano. Os intervalos são de 12 meses ou 10 mil km. A Hyundai trabalha com três opções de motor na linha 2020: 1.6 e 1 litro, sendo que esse último pode ser aspirado ou turbo. Os preços das primeiras revisões programadas são R$ 201,48 (1.0), R$ 223,38 (1.0 turbo) e R$ 227,18 (1.6). Na média das seis os preços são: R$ 454,45 (1.0), R$ 531,49 (1.0 turbo) e R$ 483,22 (1.6).

Entre os Renault, o mais vendido no mercado baiano foi o Kwid com 1.029 unidades. Ele segue o padrão de 12 meses ou 10 mil km e a primeira revisão do subcompacto, que é equipado apenas com motor 1.0, custa R$ 385,64. A soma dos seis primeiros serviços é R$ 2.857,70, ou seja, o custo médio de cada uma é R$ 476,28. O Kwid é o carro mais barato dessa lista, custa a partir de R$ 34.990.

Dos modelos da Toyota o preferido pelos baianos é o Corolla, que teve 818 carros novos emplacados no estado este ano. O custo da primeira revisão periódica é R$ 350,83 e R$ 347,56, respectivamente para o 2 litros flex e para o 1.8 litro híbrido flex. Na média das seis primeiras o custo é de R$ 662,47 e R$ 688,92, respectivamente 2 litros a combustão e 1.8 híbrido. Para o sistema híbrido a Toyota oferece cobertura de oito anos.

O primeiro SUV desse ranking é o Compass, que na Bahia supera o Renegade e é o Jeep mais vendido com 635 emplacamentos em 2020. O veículo é oferecido com duas motorizações: flex e diesel. Para a opção bicombustível, que correspondeu a 64% das vendas no estado, é recomendada a revisão no padrão 12 meses ou 10 mil km. Para o diesel é como a Fiat Toro, com quem divide a mesma fábrica, 12 meses ou 20 mil km. A primeira revisão do flex custa R$ 531 e a média das seis primeiras é de R$ 941 cada. Para o diesel a primeira é tabela a R$ 906 e a média das seis primeiras é de R$ 1.571,16 cada.

O Gol foi por 27 anos o automóvel mais vendido do Brasil, mas atualmente não vive uma boa fase. Na Bahia, a Volkswagen também não vai bem apesar do bom desempenho na média nacional. Aqui o hatch é o seu modelo mais vendido e acumulou 616 emplacamentos nos primeiros cinco meses do ano. O veterano é comercializado com duas motorizações e as primeiras revisões de custam R$ 450,94 (1.0), R$ 490,79 (1.6) e R$ 515,50 (1.6 automático). Na média, a manutenção programa do 1.0 vai custar R$ 497,27, do 1.6, R$ 542,91, e do 1.6 automático, R$ 571,30.

O Kicks é o segundo utilitário esportivo dessa lista e o Nissan mais vendido no estado com 513 unidades licenciadas no ano. A fabricante japonesa cobra R$ 419 pela primeira revisão do SUV que deve ser feita a cada 10 mil km. O preço médio das seis primeiras é R$ 495,50. O Kicks é equipado apenas com motor 1.6 litro.

O Honda mais comercializado no estado é o HR-V, SUV que somou 327 emplacamentos esse ano. A primeira verificação programada custa R$ 320,23 e o preço médio de cada uma das seis é de R$ 779,84. O valor é o mesmo para os veículos 1.8 litro flex e 1.5 turbo a gasolina.

Fique alerta
Algumas concessionárias oferecerem serviços adicionais quando o cliente leva o veículo para a manutenção programada. Se você optar por algum deles, ok. Mas para manter a garantia basta seguir o que é indicado no manual do proprietário.

Ao receber o seu carro observe o que foi feito e peça para ver o que foi substituído. Verifique ainda se o livreto foi carimbado, datado e assinado corretamente. Serve para contestar qualquer eventualidade no futuro e é um argumento de vendas. Afinal, se você comprou um veículo com três anos de garantia e vai vender depois de 24 meses ele ainda vai contar com um ano de garantia.

O entendimento do manual é fundamental para a melhor utilização do veículo (Foto: Antônio Meira Jr. / CORREIO)

E, apesar de muitas marcas falarem que não é necessário o amaciamento do motor, muitas trazem no manual orientações para o motorista não abusar do pedal do acelerador durante os primeiros quilômetros. No manual do Renault Duster, por exemplo, isso fica claro: “Até 1 mil km, não exceda 130 km/h na marcha mais alta ou 3 mil a 3.500 rpm. No entanto, só após cerca de 3 mil km, seu veículo irá proporcionar todo seu desempenho”.

Dessa forma, o propulsor não é tão exigido até que componentes internos se ajustem e ele atinja o nível ideal de operação, ou seja, melhor rendimento de força e redução de consumo de combustível. 

Para manter a garantia o proprietário também não deve modificar o veículo, como rebaixar a suspensão, por exemplo. Para efetuar uma blindagem ou instalação de um kit GNV o ideal é fazer com uma empresa credenciada.

Faça durar mais
É essencial que o usuário leia o manual.
Os veículos não são iguais e há muita coisa que é específica de uma marca, modelo ou versão. É preciso ter a consciência que o frentista provavelmente não vai te dizer com precisão se o óleo do motor está baixo.

Para verificar o nível correto do lubrificante é necessário que o propulsor esteja frio. Quando quente, depois que o óleo circulou e está espalhado por toda a parte interna, certamente estará fora do nível ideal pois está espalhado.

O óleo lubrificante do motor deve ser verificado periodicamente com o propulsor frio (Foto: Newspress)

Essa máxima vale também para a pressão ideal para os pneus. A depender da versão, e consequentemente do peso e tipo de pneu, a pressão será distinta. Muitas montadoras colocam um adesivo na porta do motorista ou na tampa do tanque de combustível qual a pressão ideal para aquele veículo.

Para poupar a bateria lembre-se de desligar os acessórios como luzes, ar-condicionado e sistema multimídia ao dar a partida.