Programas de expansão de crédito ainda não foram o ‘suficiente’, diz Guedes

Ministro da Economia participou de audiência na comissão do Congresso que monitora as ações do governo no combate à pandemia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta terça-feira (30) que algumas empresas ainda enfrentam dificuldade para acessar o crédito e que os programas para liberação dos recursos ainda não foram suficientes para atender à demanda gerada pela crise do coronavírus.
“Os programas de crédito, onde temos o time mais técnico, é um grupo tecnicamente muito forte. Mas, às vezes, é o time do Barcelona, mas perde. Apesar do time, a verdade é que o desempenho do nosso time, e eu me incluo nesse front, foi muito difícil. Mesmo expandindo o crédito como expandimos, não foi suficiente”, afirmou Guedes durante audiência na comissão mista do Congresso que monitora as ações governamentais no combate à pandemia.
A dificuldade de acessar crédito é uma grande reclamação desde o início da crise. O problema atinge principalmente as micro e pequenas empresas, o que fez o governo lançar programas de garantia para os empréstimos, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Segundo o ministro, o Pronampe nasceu da reclamação de que o crédito não estava chegando na ponta.
Com o Pronampe, cada empréstimo terá a garantia, pela União. Todas as instituições financeiras públicas e privadas autorizadas a funcionar pelo Banco Central (BC) poderão operar a linha de crédito. Segundo o ministro, o programa tem R$ 15,9 bilhões disponíveis.
“A Receita selecionou quem são os bons pagadores de impostos. Microempresários que sempre pagaram os seus impostos em dia. Pagam o imposto do Simples e eles, de repente, tiveram seus negócios destruídos. A Receita está ligando para esses 3 milhões de microempresários e dizendo: você que sempre pagou seus impostos em dia, vá ao banco e peça 30% do seu faturamento médio mensal”, disse. Guedes afirmou que acredita que o programa terá êxito.
O ministro voltou a dizer que não concorda com as afirmações de que o governo não se mobilizou para enfrentar a crise provocada pela pandemia da covid-19. “Nós consideramos isso uma visão muito injusta. Estamos trabalhando de manhã, à tarde e à noite”, disse.