Produtores rurais usam aviões privados no combate a incêndios em Goiás
Uma hora de voo pode custar até R$ 5 mil. Para os fazendeiros, essa despesa – na verdade – é investimento, porque se o fogo passar na área coberta com palha seca, pronta para o próximo plantio, o serviço está todo perdido. Cidades agrícolas de Goiás criaram brigadas aéreas para combater os focos de incêndio
Produtores rurais de municípios do sudoeste goiano registram intensas queimadas nas plantações e vegetações de fazendas nesta época seca do ano. Para auxiliar no combate aos incêndios que danificam as lavouras, agricultores de Montividiu contratam pilotos particulares para despejarem água sobre as queimadas.
Quase todas as fazendas têm áreas enormes, por isso é impossível ter várias equipes de combate espalhadas pela propriedade para evitar os incêndios. Os produtores sabem que quanto mais rápido esse combate, maiores são as chances de controlar o fogo.
Em questão de segundos, os aviões carregados de água estão em cima dos incêndios. As aeronaves são as mesmas usadas para pulverizar as lavouras com defensores agrícolas.
Uma hora de voo pode custar até R$ 5 mil. Para os fazendeiros, essa despesa – na verdade – é investimento, porque se o fogo passar na área coberta com palha seca, pronta para o próximo plantio, o serviço está todo perdido.
A produtora rural Renata Ferguson explica que a sua produtividade em áreas que foram atingidas pelo fogo é totalmente diferente.
“A produção cai com o fogo, então é mais um prejuízo”, comenta a produtora.
Incêndio destrói cerca de 30 hectares de plantação de cana em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Trabalho para os pilotos
Antes do serviço de combate a incêndios, os pilotos agrícolas ficavam parados entre julho e o começo de outubro, porque não havia trabalho no campo. Agora, as equipes aéreas ficam de prontidão 24 horas para atender chamados de produtores.
O piloto Emanuel Lubschinski afirma que o trabalho é cansativo. “A gente chega ao final do dia realmente cansado. Mas a sensação é de poder ter ajudado os produtores da região e até contribuir para o meio ambiente, né”, destaca o piloto.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Goiás registrou neste ano 3.621 queimadas, 38% a menos que no ano passado, quando o órgão contabilizou 5.884. A ajuda dos aviões é uma das explicações para essa queda nos dados.
O presidente da Comissão de Combate aos Incêndios de Rio Verde, Vanderlei Secco, afirma que o fogo é um inimigo para os produtores.
“Para nós, o fogo é um inimigo e o avião um aliado. Com certeza, é uma ferramenta que veio nos ajudar nesta prevenção e nesse combate”, argumenta Secco.
VÍDEOS: incêndios em Goiás