Prefeitura de SP exclui creches da primeira fase do retorno das aulas na cidade e prioriza alunos dos ciclos finais de ensino

O secretário de Educação, Bruno Caetano, informou que a idéia é iniciar o retorno das aulas priorizando os alunos que estão em fase de transição de ciclo escolar na capital paulista. Rede municipal de educação planeja retorno gradual de 1 milhão de alunos da capital
A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo afirmou nesta quinta-feira (25) que as aulas nas creches da capital paulista não devem ser retomadas no dia 08 de setembro, que é a data prevista para o retorno gradual das atividades escolares presenciais no estado de São Paulo, segundo o calendário do governo paulista.
De acordo com o secretário Bruno Caetano, a prioridade da pasta é retomar as aulas das crianças que estão nos ciclos finais do ensino infantil, do ensino fundamental e do ensino médio, por causa da facilidade de cumprir as medidas sanitárias de distanciamento e também porque elas estão em fase de transição desses ciclos de aprendizagem.
“Nós vamos cuidar disso a partir dos próximos dias, vamos conversar com os professores, sindicatos, associações. Mas adianto a você e os telespectadores que a preferência da Secretaria Municipal de Educação é iniciar o retorno pelas crianças que estão nos ciclos finais, então os últimos anos do ensino infantil, no terceiro, no sexto e no nono ano do ensino fundamental e também no terceiro ano do ensino médio, porque são essas as crianças e jovens que a gente vai ter mais dificuldades de fazer a recuperação no próximo ano uma vez que no próximo ano elas já mudaram de ciclo. Então a nossa decisão aqui, isso vai ser validado com as entidades, associações, pais, também prefeito, mas é que a gente faça retorno dos ciclos finais”, afirmou Bruno Caetano.
O secretário municipal de Educação da cidade de São Paulo, Bruno Caetano.
Reprodução/TV Globo
No retorno das aulas, a Secretaria Municipal de Educação também planeja dividir os alunos que voltarão às escolas em duas ou até três salas, para respeitar a distância de 1 metro e meio.
Os alunos passarão por uma fase de acolhimento, segundo o secretário, e por avaliações para verificar o quanto aprenderam durante a quarentena e também para saber quem vai precisar do programa de reforço, que pode durar até o início do ano que vem.
“Primeiro uma fase de acolhimento dessas crianças e professores, muitos tiveram dramas pessoais, perderam familiares, pais e avós. Segundo uma prova pra gente testar pra ver o que a criança aprendeu e o que não aprendeu e aquilo que ela não aprendeu, um grande programa de reforço e recuperação escolar. Isso vai ser feito esse ano e também no ano que vem, mas ainda, se a gente precisar utilizar os primeiros meses do próximo ano, janeiro e fevereiro, para recuperarmos as aprendizagens daquilo que a gente não conseguiu fazer esse ano, nós vamos fazer. Porque o compromisso é com a aprendizagem”, afirmou o secretário de educação da cidade.
Mais cedo, Bruno Caetano já tinha declarado à TV Globo que o ano letivo nas escolas municipais de São Paulo poderá ir até fevereiro de 2021, justamente por causa do reforço escolar por causa da pandemia.
“Vamos fazer um grande programa de reforço e recuperação escolar. Isso vai ser feito esse ano e também no ano que vem para recuperar as aprendizagens de aquilo que a gente não conseguiu fazer esse ano”, declarou o secretário em entrevista ao SP1 (veja vídeo abaixo).
Mães se opõem ao retorno das aulas presenciais
Calendário estadual
Na coletiva de imprensa dessa quinta-feira (25) no Palácio dos Bandeirantes, o coordenador do comitê de contingência do coronavírus de SP disse que a data de retorno do calendário estadual, em 08 de setembro, foi uma previsão dada à Secretaria Estadual de Educação, mas não será cumprida se a situação da pandemia não estiver sob controle no estado.
“Dentro da discussão do comitê de saúde e isso numa resposta ontem numa pergunta eu expus de forma clara, do comitê de saúde não saiu uma data porque não temos uma data. Nós dependemos dessa evolução como a secretária patrícia falou. Agora, do ponto de vista da secretaria de educação, eles precisavam colocar um momento pra poderem se organizar principalmente do ponto de vista logístico de compra de materiais, compras de EPIs, compras de alimentos pra poder gerar as merendas, então eles precisavam de uma previsão pra poder se organizar pra a partir de uma data isso vir a ocorrer. E na previsão deles eles acreditavam que a partir de 8 de setembro eles já poderiam estar preparados pra esse momento de abertura. Mas aquilo foi um exemplo, uma data prevista. Mas a realidade vai depender dos acontecimentos nessas próximas semanas”, afirmou Carlos Carvalho.
Por meio de nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que vai seguir as orientações de retorno das aulas no município de São Paulo seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Plano São Paulo, do governo de São Paulo.
A gestão municipal, afirmou, porém, que também pretende debater as condições de retorno com a comunidade da educação, como sindicatos, professores, pais de alunos e demais funcionários da Educação.
Retorno das aulas
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (24) a retomada das aulas presenciais a partir do dia 8 de setembro em toda a rede de ensino do estado. A medida vale tanto para a rede pública quanto a privada, da educação infantil até o ensino superior.
O plano prevê um retorno geral em três fases, em conjunto para todas as cidades, e considera que na data estimada o estado estará na fase amarela de flexibilização da economia há pelo menos 28 dias. A proposta ainda estabelece uma série de protocolos de higiene e distanciamento que devem ser cumpridos pelas instituições.
Aulas no estado de SP serão retomadas em setembro com rodízio de alunos
Quem deve voltar às aulas?
Creches
Educação infantil
Educação básica
Ensino superior
Cursos técnicos e profissionalizantes
Quando voltam?
Plano de retomada das aulas presenciais no estado de São Paulo
Divulgação/Governo de SP
A previsão do governo é de que todo o estado volte a ter aulas presenciais no dia 8 de setembro. No entanto, os seguintes critérios precisam ser cumpridos para que ela se mantenha:
Permanência de todas as regiões do estado por 28 dias seguidos na fase amarela (ou superior) do Plano São Paulo de flexibilização da quarentena.
Que no anúncio de atualização do plano pelo governo no dia 4 de setembro se confirme a estabilização das áreas na fase amarela (ou superior).
Que a rede pública e privada apresentem protocolos de planejamento para o retorno.
Todos os alunos voltam de uma vez?
Não. A volta será feita em esquema de rodízio de alunos definido pelas próprias escolas e dividida em três fases de retomada:
Primeira fase: somente 35% dos alunos de cada classe poderão frequentar as escolas a cada dia. Ou seja, em um dia vai um grupo, em outro dia, vai outro. Mas a Secretaria não informou qual modelo de rodízio as escolas devem se inspirar.
Objetivo é garantir um distanciamento de 1,5 metro entre os estudantes. O distanciamento tem exceções, como no caso da educação infantil e creches, em que não há como manter essa distância entre bebês e cuidadores.
Segunda fase: até 70% dos alunos poderão frequentar as escolas a cada dia.
Terceira fase: 100% dos alunos podem voltar às salas de aula.
O que define cada fase escolar?
Primeira fase: todas as regiões do estado deverão estar na fase amarela do Plano São Paulo por pelo menos 28 dias seguidos.
Segunda fase: 60% das regiões do estado deverão estar na fase verde do Plano São Paulo por pelo menos 14 dias seguidos.
Terceira fase: 80% das regiões deverão estar na fase verde do Plano São Paulo por pelo menos 14 dias.
Como deve ser o distanciamento?
Estudantes, professores e funcionários devem manter distanciamento de 1,5 metro entre si.
Horários de entradas e saídas serão organizados para evitar aglomeração, e serão preferencialmente fora dos horários de pico do transporte público.
Continuam proibidos: feiras, palestras, seminários, competições e campeonatos esportivos, comemorações e assembleias.
Intervalos e recreios devem ser feitos sempre em revezamento de turmas com horários alternados.
As atividades de educação física estão permitidas desde que se cumpra o distanciamento de 1,5 metro. Preferencialmente devem ser realizadas ao ar livre e com cuidando da higienização dos equipamentos.
Recomendado que o ensino remoto continue em combinação com a volta gradual presencial.
Como deve ser a higiene?
O uso de máscara é obrigatório para todos dentro da instituição e no transporte escolar.
Instituição deve fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) para os funcionários.
Bebedouro será proibido. Água potável deve ser fornecida de maneira individualizada. Cada um deverá ter seu copo ou caneca.
Banheiros, lavatórios e vestiários devem ser higienizados antes da abertura, depois do fechamento e a cada três horas.
Lixo deve ser removido no mínimo três vezes ao dia.
Superfícies que são tocadas por muitas pessoas devem ser higienizadas a cada turno.
Ambientes devem ser mantidos ventilados com janelas e portas abertas, evitando toque em maçanetas e fechaduras.
Como monitorar a saúde?
Profissionais e estudantes que pertencem a grupos de risco para Covid-19 devem permanecer em casa e realizar atividade remotamente.
Recomendação para os pais medirem a temperatura de seus filhos antes de mandá-los para a escola. Caso esteja acima de 37,5°, deve ficar em casa.
Recomendação para que as instituições meçam a temperatura das pessoas a cada entrada.
Uma sala ou área deve ser separada na instituição para isolar pessoas que apresentem sintomas até que possam voltar para casa.
Plano de retomada das aulas presenciais no estado de São Paulo
Divulgação/Governo de SP
Como recuperar o aprendizado?
O governo de São Paulo afirma que será feita uma avaliação individual dos estudantes para a recuperação do conteúdo que não foi aprendido durante o período de ensino à distância.
Escolas também deverão investir em acolhimento socioemocional e em programas de recuperação para alunos com dificuldades nas matérias.
Segundo o governo, o programa de recuperação terá material didático, “apoiado pelo ensino híbrido e com foco em habilidades essenciais”.
Será oferecido em 2021 o 4º ano do Ensino Médio optativo para os estudantes que quiserem se preparar antes do ingresso no ensino superior.
Até quando vai o ano letivo?
Secretário Educação de SP, Rossieli Soares, fala sobre a programação de volta às aulas
Segundo o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, ainda não há definição se o ano letivo será estendido. A previsão do governo é de que na rede estadual as aulas sigam até fim de dezembro, sem prorrogação.
Para encerrar o calendário, as escolas precisam cumprir 800 horas de atividades obrigatórias no total, e o Ministério da Educação autorizou que as aulas remotas sejam incluídas na conta.
“Não precisa cumprir 200 dias desde que cumpra as 800 horas de ensino e permite a educação à distância [nessas horas]. O que precisamos ver é a contabilização do número de horas e o presencial vai fazer diferença se começar em setembro ou não. Todas as redes vão ter que comprovar isso, inclusive as particulares. Nós da rede estadual estamos trabalhando para fazer o maior esforço possível para garantir que a gente termine em dezembro. Mas essa análise só poderá ser feita quando a gente concretizar que retornamos em setembro”, disse o secretário em entrevista à GloboNews.
Rossieli reforçou ainda a necessidade de férias para profissionais e alunos.
“A recuperação não se dará neste ano. Não adianta só estender mais um mês, mais dois meses. Nós vamos fazer uma recuperação de dois anos, até o final de 2022. Para recuperar prejuízos de aprendizagem pós pandemia. Não tem mágica para curto prazo. É importante que nossos profissionais tenham 15 dias de férias de verdade, porque eles também estão atravessando momento de estresse. O aluno também está vivendo um momento diferente”, disse.
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