Prefeito de Marília reclassifica cidade para ‘fase 4’ do Plano São Paulo

O prefeito de Marília, cidade do interior de São Paulo, Daniel Alonso (PSDB), reclassificou o município da ‘fase 2’ para a ‘fase 4’ do Plano São Paulo, plano estadual de flexibilização da quarentena criado com base em apontamentos técnicos feitos pela Secretaria de Saúde do município e aval de seu Comitê de Enfrentamento à Covid-19.

A decisão consta em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial de Marília na sexta-feira (29), após o governo municipal apontar um erro na classificação regional. O Executivo municipal considera que as cidades da região registram os melhores índices do Estado no que diz respeito ao novo coronavírus, segundo dados oficiais.

A medida vai permitir o funcionamento de atividades imobiliárias, concessionárias e escritórios, além da retomada, com restrições, de bares e restaurantes, comércio em geral, shopping centers, salões de beleza e academias. Indústria e construção, setores que não foram fechados, seguem em funcionamento

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que 1.130 empregos com carteira assinada foram perdidos entre março e abril no município após o fechamento do comércio e de serviços não essenciais pela pandemia da Covid-19.

Entre empregos formais e informais, representantes do empresariado mariliense falam em até quase 10 mil demissões. A informação foi citada durante coletiva de imprensa em que as medidas de reabertura maior em Marília foram anunciadas.

Classificação 

A equipe do governo municipal explica que a região de Marília apresenta baixa ocupação em leitos e de casos confirmados da doença do que as regionais de saúde de Bauru, Presidente Prudente e Araraquara, classificadas na ‘fase 3’ do Plano São Paulo.

“Daniel considerou ter havido um grande erro da equipe técnica do Estado, ao colocar Marília na ‘faixa 2’ do Plano São Paulo, mesma faixa da capital, considerada o epicentro da Covid-19. Estamos corrigindo esse erro para não prejudicar a população de Marília”, disse a gestão municipal.

Para considerar que o município está na ‘fase 4 – verde’ a gestão local utilizou a fórmula de classificação anunciada pelo governo João Doria (PSDB) e fez suas próprias contas. Outras regiões, como a da Baixada Santista, também chamaram a atenção sobre erros nos cálculos da equipe do governador.

Os assessores do prefeito também apontaram detalhes no decreto estadual que, segundo a interpretação, permitem ao gestor municipal reclassificar sua cidade.

“Os municípios paulistas inseridos nas fases laranja (2), amarela (3) e verde (4), cujas circunstâncias estruturais e epidemiológicas locais assim o permitirem, poderão autorizar, mediante ato fundamentado de seu prefeito, a retomada gradual do atendimento presencial ao público de serviços e atividades não essenciais”, diz o 7º artigo citado pela gestão municipal.

Além disso, os vereadores da Marília aprovaram uma lei municipal que autoriza uma flexibilização maior no município. “Vamos fazer uma flexibilização mais ampla, porém com todos os protocolos de segurança e proteção dos órgãos de saúde. Por isso, precisaremos da total colaboração da população para que, em breve, possamos chegar à ‘fase 5’. Se não houver essa cooperação, teremos que voltar a restringir, retornando para a ‘fase 3’ ou até a ‘fase 2’, caso seja necessário”, comentou Daniel Alonso.

*Com informações do Estadão Conteúdo