Polícia Civil do RJ prende três em operação contra piratas de cursinhos; hackers faturaram R$ 15 milhões

Equipes saíram para cumprir mandados na capital, Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Saquarema, Araruama e nas cidades mineiras de Juiz de Fora e Borda da Mata. Polícia Civil faz operação contra quadrilha que fazia pirataria de cursos
A Polícia Civil do RJ iniciou nesta terça-feira (21) a Operação Black Hawk, contra pirataria de materiais de cursinhos preparatórios para concursos públicos, com alvos também em Minas Gerais.
Segundo as investigações, a quadrilha invadia sistemas há pelo menos 20 anos e faturou R$ 15 milhões com a venda de apostilas e videoaulas pirateadas — vendidas por valores menores. Os prejuízos das empresas cujo conteúdo foi hackeado chegam a R$ 60 milhões.
Até a última atualização desta reportagem, três pessoas foi presas:
Antonio de Jesus Cabral, apontado como chefe da quadrilha, em Vila Kosmos;
Verônica de Jesus Conceição, mãe de Antonio, em Niterói;
Lothar Alberto Rossmann — apontado como o hacker que invadia páginas de cursos para roubar conteúdo, em Borda da Mata (MG).
A Justiça expediu ao todo nove mandados de prisão e 19 mandados de busca e apreensão. Equipes saíram para endereços na capital, Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Saquarema, Araruama e nas cidades mineiras de Juiz de Fora e Borda da Mata.
Lothar Alberto Rossmann, apontado como hacker, foi preso em MG
Reprodução
A Polícia Civil afirma que Lothar possui conhecimentos avançados em Tecnologia da Informação e conseguia até quebrar a criptografia do streaming de vídeo dos cursos oficiais.
As videoaulas eram armazenadas em uma nuvem própria, onde os cursos eram vendidos para os clientes do site pirata.
Cursos por 10% do valor
Segundo as investigações, os cursos preparatórios oficiais custavam entre R$ 500 e R$ 10 mil. A quadrilha os vendia por até 10% desse valor.
A polícia explicou ainda que Antônio usava parentes como laranjas, e a mãe, Verônica, era um deles.