Petróleo fecha em queda com temor de impacto de pandemia e tensão entre EUA e China

Cenário nebuloso para o futuro da demanda global limitou o apetite dos agentes financeiros. Os preços do petróleo fecharam a sessão desta quinta-feira (23) em queda, com os investidores reticentes em dar sequência às compras da commodity, movimento que foi observado no início da semana.
Um cenário ainda nebuloso para o futuro da demanda global limita o apetite dos agentes financeiros por petróleo, que monitoram o avanço contínuo da pandemia nos EUA e tensões geopolíticas crescentes entre as duas maiores economias do mundo.
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Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nyse), os contratos mais ativos do West Texas Intermediate (WTI), para setembro, terminaram a quinta-feira em queda de 1,98%, aos US$ 41,07 o barril. Os preços do Brent para o mesmo mês recuaram 2,21%, a US$ 43,31 o barril na ICE, em Londres. Na terça-feira, as referências fecharam o dia no maior patamar desde o início de março.
“Praticamente todas as categorias de demanda” mostraram um declínio semanal no relatório do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), na quarta-feira, disse Robbie Fraser, analista de commodities da Schneider Electric.
O relatório mostrou uma queda semanal de 98 mil barris por dia na demanda implícita de gasolina, para 8,55 milhões de barris por dia. A demanda implícita de óleo combustível destilado caiu 470 mil barris por dia, para 3,22 milhões de barris por dia.
“Essa queda está ligada a preocupações mais amplas com o aumento de casos de covid-19 nos EUA e os potenciais impactos econômicos que isso pode provocar”, escreveu Fraser, em nota diária.
“As perspectivas da demanda por petróleo devem sofrer dificuldades no curto prazo, já que as tensões geopolíticas colocam em risco as relações comerciais globais e a disseminação do coronavírus parece ter prejudicado o momento de reabertura”, afirmou o analista-sênior de mercados da corretora Oanda, Edward Moya.