Pesquisa mostra desafios do home office para CLTs e freelancers

Melhor organização e distribuição de tarefas e geração de estratégias de vendas e marketing para divulgação do próprio trabalho estão entre as habilidades citadas. A crise causada pela pandemia impactou diversos setores e impulsionou mudanças no mercado de trabalho. O home office, grande impulsionador dessas transformações, alavancou a necessidade de adaptação dos profissionais e trouxe mudanças nas habilidades exigidas para desempenhar um bom trabalho.
A pesquisa foi feita pela Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas, entre os meses de abril e maio, com a participação de profissionais freelancers, CLT, empreendedores e líderes de pequenas e médias empresas.
Entre os trabalhadores com carteira assinada que estão trabalhando remotamente, 27,9% apontam melhor organização e boa distribuição das tarefas como capacidades mais necessárias neste momento. Para 20,5%, a facilidade de adaptação e a resiliência vêm no topo da lista de habilidades que precisam de atenção para se obter bons resultados, enquanto 15,6% destacam a importância de desenvolver o senso de prioridade e também 15,6% falam sobre ter mais autonomia.
Já em relação às habilidades apontadas pelos freelancers como principais a serem desenvolvidas, para 22,3%, a adaptação a diferentes situações vem no topo da lista, o que aponta que, mesmo estando mais preparados para mudanças, estes profissionais reconhecem a importância de se manterem em constante aprendizado.
Para 18,8%, a habilidade mais citada foi a geração de estratégias de vendas e marketing para divulgação do próprio trabalho; enquanto 16,7% apontaram que precisam aprimorar a avaliação adequada de seus próprios serviços, o que mostra que os profissionais independentes se voltaram para aperfeiçoar habilidades relacionadas à capacidade de conquistar mais trabalhos e com qualidade.
Os demais tópicos levantados pelos freelancers como pontos a serem melhorados são: gerenciamento de tempo e de projetos, para 15,9%; habilidades de negociação com o cliente para 12,9%; 9,6% falaram da importância de ter uma comunicação mais efetiva; e 3,8% disseram precisar trabalhar mais a autonomia para gerir o tempo, os trabalhos e a rotina como um todo.
Em relação ao trabalho em casa na quarentena, 77% dos freelancers avaliaram como ótimo ou bom, enquanto o número que cai para 58% entre os CLTs.
Para Daniel Schwebel, country manager da Workana no Brasil, as habilidades apontadas pelos profissionais CLT já são inerentes dos trabalhadores freelancers.
“O home office exige uma mudança de mentalidade dos profissionais com carteira assinada. Para eles, adaptação está mais voltada à reorganização de tarefas. Eles têm que aprender a lidar com a liberdade fora do ambiente de trabalho, o que acaba por demandar mais responsabilidade sobre as tarefas a serem cumpridas. Pontos estes que já fazem parte da rotina dos freelancers, que apontaram mais facilidade de adequação à rotina em meio ao isolamento social”, explica o especialista.
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Home office ‘forçado’
Schwebel destaca que o momento atual não é o normal do trabalho remoto, pois foi forçado e não planejado.
“Tanto os profissionais independentes quanto os que possuem carteira assinada precisaram se adaptar a não só uma nova rotina de trabalho, mas também a um dia a dia diferente em casa, com filhos que não podem ir à escola, entre outros entraves, o que não traz a total liberdade e flexibilidade que o home office pode proporcionar em tempos normais”, aponta.
Para Schwebel, neste novo cenário, ambos os profissionais precisam analisar se estão se comunicando bem ou não, adequar seus processos e buscar se desenvolver de maneira proativa. Também para ambos, proatividade é uma peça-chave para o desenvolvimento profissional.
“Os freelancers têm consciência disso, tanto que 88,8% deles veem trabalhar de forma independente como uma oportunidade de desenvolver a carreira para onde pretendem, considerando que os resultados vêm exclusivamente do desempenho deles mesmos”, conclui.