Pesquisa mostra as preferências dos gamers baianos; veja

Quais são as preferências dos gamers baianos? Dados obtidos com exclusividade pelo CORREIO traçam um perfil deles. A análise minuciosa é um desdobramento da Pesquisa Game Brasil (PGB), referência no estudo de hábitos de consumo do gamer brasileiro. Realizada pelo Sioux Group, através da unidade de negócios Go Gamers, ESPM e Blend New Research, a PGB ouviu 5.830 pessoas em 26 Estados e no Distrito Federal, em fevereiro.

No geral, 73,4% dos brasileiros jogam jogos eletrônicos (confira mais dados no final desse texto). Em relação à Bahia, a PGB apontou qual a plataforma favorita e a mais utilizada pelos baianos. Mais da metade, cerca de 54%, preferem jogar no smartphone. Em seguida, com 18,5%, aparece os consoles domésticos. Em terceiro no lugar na preferência baiana está o computador desktop, com 13,8%. Já cerca de 8% gostam mais do notebook.

Em termos de uso de plataformas, em que era permitido escolher mais de uma opção, o smartphone tem alta utilização pelos baianos. Mais de 85% dos baianos usam o celular para jogar. Em seguida aparece o computador desktop, com 43,5% dos entrevistados afirmando que usam a plataforma. Os consoles são usados por 41,2% dos gamers, enquanto o notebook, 35,6%. Ainda aparecem na PGB Smart TV (16,1%), tablet (15,6%) e console portátil (10,9%).

Carlos Eduardo da Silva, chefe de Gaming da GoGamers, crê que há um grande responsável pelo crescimento do setor mobile (smartphones, principalmente, tablets), que ultrapassaram o console, em relação à PGB de 2019. O jogo Free Fire.

Game mais baixado de 2019 tanto para Android quanto para iOS, Free Fire, lançado no final e 2017, caiu nas graças dos brasileiros sobretudo no ano passado, quando rendeu título mundial ao Corinthians. No início de 2020, a equipe LOUD conquistou a Copa América de Free Fire. Por aqui, o Vitória também criou sua equipe de e-sports para o game. 

“Quando a gente olha a lista de jogos, o Free Fire não existia na pesquisa anterior e ele trouxe um ecossistema, tanto de criadores de conteúdo quanto de pessoas com acesso ao jogo”, opina Carlos Eduardo. 

No YouTube, não faltam vídeos sobre o jogo do estilo Battle Royale. São 50 jogadores que caem (literalmente, de para-quedas) numa ilha. Cada um precisa descolar todo tipo de arma – grandes, pequenas, granadas, etc. – e suprimentos para ser o último sobrevivente, sabendo que os outros 49 jogadores possuem o mesmo objetivo. Até o local em que o personagem pousa na ilha contribui para o sucesso da aventura.

“O Free Fire consolida uma plataforma que tinha jogos casuais, mas agora encontra também um cenário competitivo”, diz o executivo da GoGamers. Um dos principais youtubers que se dedica a Free Fire é Rodrigo ‘El Gato’ Fernandes, que possui quase 8 milhões de inscritos em seu canal no YouTube. Confira um dos vídeos:

Para Carlos Eduardo, contribui também para o crescimento do mobile, os jogos serem gratuitos, ainda que tenham conteúdo especial para ser adquirido, ao contrário dos consoles, em que é necessário comprar o jogo para, de fato, jogar, além do investimento anual para fazer parte da rede multiplayer das produtoras (PSN ou Xbox Live, por exemplo).

“É um comportamento do brasileiro o chamado FreeToPlay (F2P). Na PGB, detectamos que 73,5% do público que está no mobile não gasta nada. Esse número já foi de 80%. Mas a maioria das pessoas quere jogar, baixar, mas não quere gastar. O Free Fire criou essa possibilidade também. Você tem o jogo para jogar, coisa que no console não é possível”, compreende Carlos Eduardo.

Números gerais
No país, a faixa de uso do celular é um pouco maior, 86,7%, mas a preferência pela plataforma é menor: 52%. O perfil do jogador brasileiro é de adulto de 25 a 34 anos (33,6%), seguido de perto pelos jovens de 16 a 24 anos (32,5%). Ao contrário do que muita gente pensa, game é coisa de menina, sim. Desde 2016, elas são maioria. Na última PGB, responderam por 53,8% do público gamer.

A pesquisa também indica que os gamers brasileiros se dividem em dois grupos: 67,5% que não se consideram gamers (casuais) e 33,5% que se consideram (hardcore). Confira o gráfico da PGB com características desses dois grupos: