Pata Voluntária tem contas bancárias bloqueadas pela Justiça

A Justiça determinou nesta sexta-feira (12) o bloqueio de quatro contas bancárias ligadas ao grupo Pata Voluntária, que atua no resgate e adoção de animais de rua. As proprietárias dos abrigos foram presas nesta semana suspeitas de estelionato.

O pedido de bloqueio foi feito pelo delegado Fábio Costa, que investiga o caso. Na ocasião, foram bloqueadas as contas vinculadas aos bancos: Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander.

Maria Gisele, 23, Nayane Petrucia, 26, e Amropali Pedrosa Mondal, 29, denunciaram que um dos abrigos do grupo foi assaltado e que elas foram agredidas na ocasião. Elas postaram nas redes sociais do Pata Voluntária um pedido de ajuda financeira para poder reparar as perdas. Porém, a Polícia Civil descobriu que o assalto nunca aconteceu e que o crime teria sido simulado para conseguir dinheiro dos seguidores.

“Verifica-se que o bloqueio das contas bancárias utilizadas pela ONG se reveste de interesse público, levando-se em conta que o suposto estelionato teria vitimado, em tese, inúmeras pessoas. Destaque-se que tal medida se mostra necessária a fim de salvaguardar os valores arrecadados em prol da ONG Pata Voluntária, evitando o esvaziamento do dinheiro adquirido, em tese, por meio da prática de crime de estelionato”, diz trecho da decisão assinada pelo juiz Rodolfo Osório, da 6ª Vara Criminal da Capital.

Das 3 investigadas, apenas Amropali Mondal conseguiu liberdade, por meio de habeas corpus concedido na última quinta (11). As outras duas continuam presas preventivamente no Complexo Prisional de Maceió.

As três respondem por associação criminosa, comunicação falsa de crime, estelionato e guarda doméstica de espécie silvestre sem a devida licença ou autorização.

Logo após a prisão, a única que se pronunciou em depoimento foi Nayane Petrúcia. Ela confessou à polícia que o assalto foi forjado com o objetivo de conseguir dinheiro para construir um hospital veterinário.

 

A Comissão do Bem Estar Animal da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL) constatou que a sede do Pata Voluntária no bairro do Trapiche, em Maceió, está cheia de animais e que eles estão sendo cuidados por funcionários e voluntários.