Para 46%, Moro fala mais a verdade do que Bolsonaro sobre interferência na PF
SÃO PAULO – Dias após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril e em meio ao acirramento das tensões entre os Poderes Executivo e Judiciário, uma nova rodada da pesquisa XP/Ipespe indicou uma interrupção na tendência negativa para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) junto à opinião pública.
Segundo o levantamento, realizado entre 26 e 27 de maio, 26% dos eleitores consideram o governo ótimo ou bom, o que corresponde a uma oscilação ascendente de 1 ponto percentual em comparação com a semana anterior. O indicador vinha de duas quedas consecutivas, saindo de 31%, em 24 de abril, para o piso de 25%, em 18 de maio.
Do outro lado, 49% avaliam a atual administração como ruim ou péssima – uma oscilação descendente de 1 ponto percentual em comparação com a semana anterior. É o mesmo patamar registrado no último levantamento de abril. A margem máxima de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Também há relativa estabilidade na percepção sobre o caminho da economia, com uma oscilação de 57% para 54% daqueles que avaliam que as medidas estão na direção errada, enquanto os que observam as iniciativas no sentido correto oscilaram de 28% para 27% em uma semana – ainda assim, a segunda pior fotografia na gestão Bolsonaro.
A pesquisa também mostra que 71% dos entrevistados dizem ter tomado conhecimento do vídeo da reunião entre Bolsonaro e seus ministros. O evento foi citado pelo ex-ministro Sérgio Moro como prova contra o presidente no inquérito que apura uma suposta tentativa de interferir politicamente na Polícia Federal.
Deste grupo, 59% acreditam que o conteúdo revelado tem impacto negativo para o governo, ao passo que 30% veem efeitos positivos. Para 47%, o vídeo da reunião alterou para pior a opinião das pessoas sobre a gestão Bolsonaro, enquanto 28% não esperam mudanças de avaliação e 20% acreditam em melhora nas opiniões.
De acordo com o levantamento, a maioria dos entrevistados (46%) acredita que, na troca de acusações entre Bolsonaro e Moro, é o ex-ministro que está falando mais a verdade. Outros 21% creem mais no presidente, ao passo que 9% em nenhum dos dois.
Foram realizadas 1.000 entrevistas telefônicas, de abrangência nacional, nos dias 26 e 27 de maio. A margem máxima de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
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