Países que adotaram isolamento social rígido sofrem menos efeitos da crise global, diz FMI
Capítulo do relatório “World Economic Outlook” apontou que lockdown reduziu movimentação de pessoas nos primeiros três meses de pandemia e destacou a necessidade de investimento dos governos. Índices de isolamento social têm sido medidos diariamente pela Segup
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Os países que adotaram isolamento social rigoroso e de curto prazo estão sofrendo menos os efeitos da crise econômica global. Essa é uma das conclusões de um dos capítulos do relatório “World Economic Outlook”, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quinta-feira (7).
O estudo apontou que o lockdown (confinamento) e o distanciamento social voluntário reduziram a movimentação de pessoas nos primeiros três meses de pandemia em cada país e destacou a necessidade de investimento dos governos em ações pós covid-19, com testagem em massa e cuidados com os mais vulneráveis.
“A eficácia do isolamento na redução de infecções sugere que o lockdown pode abrir caminho para um recuperação econômica mais rápida se for possível conter a epidemia. Mitigar os riscos à saúde parece ser uma pré-condição para ter uma economia forte e sustentável”, informou o FMI, em seu relatório.
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A organização, contudo, reforça que as condições para isolamento social em economias avançadas são diferente das disponíveis em países pobres e em desenvolvimento. “Profissionais que vivem em países de baixa renda muitas vezes não podem optar pelo distanciamento social porque não dispõem de recursos financeiros para lidar com uma perda de renda”, disse o FMI.
Efeitos desproporcionais
De acordo com a organização, a pandemia está gerando efeitos desproporcionais também sobre mulheres, principalmente as que possuem entre 18 e 44 anos.
Com creches e escolas fechadas, muitas mães tiveram de deixar o trabalho para cuidar dos filhos e ajudá-los nas tarefas educacionais.
“Este efeito é em grande parte devido à ocupação desproporcional que as mulheres enfrentam ao cuidar dos filhos, o que pode impedi-las de trabalhar, comprometendo assim suas oportunidades de emprego”, explicou o relatório do FMI.
Projeção mais otimista para o Brasil
Na segunda-feira (5), o FMI anunciou uma projeção melhor para a economia brasileira: a expectativa de contração de 5,8% em 2020, ante um prognóstico de queda de 9,1% do PIB, publicado no meio do ano. A organização destacou, contudo, que o país continua assombrado por risco
“Projeta-se que a economia se contraia 5,8% em 2020, seguida de uma recuperação parcial, com um crescimento de 2,8% em 2021”, informou o fundo, em seu informe periódico sobre a economia do Brasil, conhecido como Artigo IV.
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