Os bastidores da festa dos 40 anos de Caetano Veloso, quando ele conheceu Paula Lavigne

Depois de assistir o belo documentário Narciso em Férias com Caetano Veloso (vai sair uma edição atualizada da história em livro) narrando os 54 dias que ficou na prisão, antes de partir para o exilio em Londres (ao lado de Gilberto Gil) me lembrei bastante dos encontros que tive com a artista, dos inúmeros shows dele que eu fui assistir, dos seus discos e principalmente da festa de 40 anos que ele comemorou no Rio de Janeiro.

Assim se passaram exatamente 38 anos, porque Caetano comemorou atualmente seus 78 anos com direito a uma ótima live em família com os filhos Moreno (do casamento com Dedé) e Tom e Zeca (com Paula Lavigne). Exibida pela Globoplay a live foi um tremendo sucesso de público e crítica e uma das mais assistidas em todo o Brasil.

Para quem compareceu ao aniversário como eu, foi uma festona. Como costumo dizer, se fosse nos dias de hoje (sem a pandemia, é claro) estaria a maior badalação nas redes sociais. Afinal, Caetano Veloso sempre foi uma estrela da MPB e sempre rende notícias. Naquela época Caetano morava no Jardim Botânico. Sabendo que ele ia festejar os 40 anos tomei a decisão de viajar e comprei logo a passagem.

Em seguida liguei para meu amigo Paulinho Lima, baiano de Itabuna que mora no Rio há mais de 50 anos avisando que iria para a festa. Ele que também iria, me convidou para ficar hospedado no seu apartamento. Paulinho, só para lembrar, foi produtor do antológico show Gal-Fatal, dirigido por Wally Salomão que depois foi gravado e lançado em disco até hoje cultuado. Também foi empresário de artistas como Marina Lima, Zizi Possi, Angela Ro Ro, Fafá de Belém, Ritchie, Lulu Santos entre outros. E é compositor de sucessos como Perigo (em parceria com Nico Resende).

Paula Lavigne e Caetano Veloso – Foto: Reprodução Instagram)

Depois de um esquenta em seu apartamento no Vidigal, fomos para a tão esperada festa. Muitos amigos de Caetano e vários artistas estavam presentes. Como o cineasta Bruno Barreto (do filme Dona Flor e seus Dois Maridos com Sônia Braga deslumbrante) e Cazuza que depois se tornaria uma grande estrela no comando do grupo Barão Vermelho e daria prosseguimento na carreira solo. Não me lembro de ele ter aprontado alguma coisa (como fez depois de anos aqui em Salvador no Hotel Meridien, durante a realização do Troféu Martin Gonçalves). Mas foi um dos mais animados durante toda a festa.

Sempre acompanhado por Paulinho Lima (no momento passando uma temporada em Boipeba, fugindo da pandemia), meu anfitrião no Rio de Janeiro, também me diverti bastante e fui apresentado a muita gente. Afinal, eram os 40 anos de um artista muito conhecido e querido. E foi uma noite muito agradável. Fiquei lá o tempo suficiente porque no dia seguinte teria que voltar para Salvador.

Agora quando resolvi escrever sobre esse aniversário fui revendo as memórias da época e lendo as poucas coisas que saíram depois na imprensa. Só assim vim saber que foi justamente nesse dia em que Caetano comemorava seus 40 anos que ele conheceu sua futura mulher Paula Lavigne. Que depois trabalhou como atriz na TV Globo e a quem ele dedicou uma bela canção Branquinha. Se fui apresentado a ela nessa época não lembro. Mas acredito que não.