OAB acompanha caso de injúria racial contra mulher em Penedo, AL

Vítima contou ao G1 que agressoras são suas vizinhas e além da agressão física também ouviu falas racistas. Ela estava acompanhada da filha de dois anos quando tudo aconteceu. OAB acompanha caso de injúria racial em Penedo
A Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL), por meio da Comissão de Igualdade Social, está acompanhando o caso de uma jovem negra que alega ter sofrido agressões verbais e físicas por causa da sua cor. O caso aconteceu na cidade de Penedo em junho.
A reportagem do G1 entrou em contato com a vítima Iara Silva. Ela disse que as agressões foram praticadas pela vizinha e pela irmã. Contou que ficou com o rosto arranhado e foi chamada de “catenga preta”, “macaca preta”, dentre outras falas racistas. Iara registrou o Boletim de Ocorrência (B.O) três dias depois do ocorrido.
Em entrevista à TV Gazeta nesta sexta-feira (18), o advogado Alberto Jorge disse que o caso se configura crime de injúria racial.
“Ontem nós estivemos na delegacia de polícia de Palmeira dos Índios. Ela foi ouvida na delegacia, estivemos na companhia do presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Penedo. E ela foi ouvida; ela foi a prova testemunhal. O inquérito está devidamente formalizado e vai ser encaminhado para a Justiça”, disse Jorge.
Vítima deu detalhes das agressões
Mulher negra foi chamada de ‘macaca preta’ e foi arranhada na face, em Penedo, AL
Arquivo pessoal
Iara contou que estava caminhando na rua quando foi abordada pela vizinha e pela irmã dela. A vítima disse que foi puxada pelos cabelos enquanto as agressoras gritavam falas racistas.
“Ela e a irmã me chamaram de macaca, catenga preta. As duas irmãs que me agrediram. Racistas, me agrediram por conta da minha cor. Chamaram meus filhos de macacos, macaquinhos, catengas pretas. Chegou um momento que elas me agrediram. Foi um sábado, depois que fui dar uma notícia ao meu cunhado sobre o auxílio emergencial. Daí elas chegaram por trás”, relatou.
Iara disse ainda que estava com a filha quando foi agredida.
“Eu estava com a minha menina de dois anos, na época. Aí ela me pegou por trás, puxou meu cabelo e disse: olha, agora eu vou arranhar a sua cara e vou te deixar branca igual a uma zebra”, completou.
No relato, a vítima também disse que ouviu a frase “vou arranhar seu rosto para você ficar com uma marcazinha branca pra você saber o quanto é gostoso você ser branca”. Iara afirmou que essa não teria sido a primeira vez que tinha sido humilhada e ofendida pelas vizinhas.
“Me machuca um pouco, porque às vezes me olho no espelho e vejo minha face arranhada. Machuca, sabe. Mas a justiça será feita”, concluiu.
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