“O maior desafio da nossa geração”, diz Marcio Gomes sobre combate ao Covid-19

Não há outro assunto sendo debatido nas bancadas de telejornais que não se relacione com a pandemia do novo coronavírus. Mas em uma grade de programação onde é necessário tratar de todos os desdobramentos que o vírus causa, e que alcançam os campos econômicos, políticos e sociais, a Rede Globo resolveu colocar no ar um momento dedicado apenas ao entendimento e impacto da Covid-19 na vida do brasileiro.
Por isso, desde o final de março, o jornalista Marcio Gomes comanda o Combate ao Coronavírus. O programa é transmitido para todo o Brasil e tem como vantagem uma duração extensa, o que permite aprofundar as explicações diante da situação vivida, diferente de programas como o Bom Dia Brasil, Jornal Hoje e Jornal Nacional. “Podemos aprofundar pontos que são apenas citados no restante do noticiário”, sintetizou Marcio. Antes, o programa ia ao ar das 10h às 12h, mas com o retorno do Encontro com Fátima Bernardes, passa a ter 55 minutos. A partir desta segunda (20), vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 9h50 às 10h45.
“Podemos aprofundar pontos que são apenas citados no restante do noticiário”, sintetizou Marcio.
O grande diferencial da nova atração da Globo está na participação do público. Em tempos onde as informações chegam de tantos lugares – e quando as fakes news aumentam de circulação – a interação com o público é mais ainda valorizada, afinal, de casa é possível tirar aquela dúvida sobre a transmissão os sintomas da doença.
“Os especialistas [que estão presentes no estúdio] explicam, com linguajar simples, pontos importantes sobre doença. E se ainda restarem dúvidas, as pessoas podem enviar as suas perguntas e eles respondem no ar. Pra mim, é o ponto alto do programa, acabar com as dúvidas sobre essa doença tão nova”, destacou o apresentador.
A cada programa, os médicos e especialistas são substituídos, o que “promove diferentes pontos de vista e especialidades, sempre tentando cobrir essa doença e todas as suas características e efeitos”, completou Marcio. E apesar de não se tratar de uma consulta médica pessoal, a relação entre médico e paciente se mantém no momento que todas as dúvidas apresentadas são tiradas com a mesma cautela. “Do outro lado da tela, uma pessoa pode estar agoniada, com dor, com dúvidas. E precisamos responder com respeito e paciência”.
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Jornalista comanda o Combate ao Coronavírus de segunda à sexta, sempre das das às 12h (Foto: Divulgação) |
Combate pela informação
Boa parte daqueles que estão em isolamento social, têm adotado a estratégia de filtrar as informações que chegam, com o intuito principal de não sobrecarregar o psicológico com notícias que, em sua maioria, tem uma carga negativa. Marcio reafirma a necessidade de encontrar um momento relaxante com a família e conversar sobre outros temas, mas lembra que, neste momento “informação é segurança”.
“Só com informação de qualidade, correta, você entende o que está acontecendo. Como se pega, como se proteger desse novo vírus”, avalia. Mas, é claro, não se incomoda com aqueles que não conseguem ou preferem não acompanhar o programa diariamente.
No papel de jornalista, a informação se torna imprescindível para compreender o cenário, que é totalmente novo. “Se nós que conversamos com os médicos todos os dias temos dúvidas, imagina quem está assistindo a essa onda chegar cada vez mais perto de nosso país”, afirmou Marcio, que define a cobertura da pandemia de coronavírus como “o maior desafio da nossa geração”, e ressaltou a importância de fazer parte dessa equipe que informa a população.
“Informação é segurança”, destacou o apresentador
Ele lembra que entre receber o convite para comandar o Combate ao Coronavírus e o primeiro programa ir ao ar foram apenas dois dias. A rapidez para tornar o programa uma realidade está muito conectada com a necessidade informar a população de forma simples e eficiente, e da forma mais ágil possível.
Visão internacional
Na carreira, durante seis anos o jornalista teve a experiência de viver uma cultura completamente diferente, quando morou em Tóquio, no Japão, e trabalhou como correspondente internacional da Globo na Ásia. A região foi a primeira a ser atingida pela Covid-19 e mostrou que, quando se trata de mobilização, difere bastante da realidade vivida no Brasil.
“O Japão, a Coreia do Sul, a China, já passaram por outras situações difíceis – seja uma epidemia, guerras, desastres naturais. São países que se mobilizam com mais facilidade, mais organizados que o nosso em um momento de emergência nacional”, contou o apresentador que, enquanto esteve por lá, viajou muito carregam como inspiração a “disciplina oriental”, como ele mesmo definiu.
Quando começou na Rede Globo, em 1995, e antes da vivência do outro lado do mundo, Marcio Gomes ancorou telejornais no Rio durante 16 anos, além de ser folguista na bancada do Jornal Nacional. Desde quando retornou do Japão, ocupa o papel de repórter para o JN em São Paulo.