Nuvem de gafanhotos se desloca 33 km e avança 2 km em direção ao RS, diz secretaria

De acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do RS, nuvem segue em território argentino e não há como determinar que direção está tomando. Governo do RS estuda medidas para combater nuvem de gafanhotos
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do RS e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) seguem monitorando a nuvem de gafanhotos, que está atualmente em território argentino, a 110 km do Rio Grande do Sul.
Na segunda-feira (20), os insetos estavam a 112 km de Barra do Quaraí. Entre a segunda e esta terça-feira (21), eles se deslocaram 33 km, segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS, Ricardo Felicetti. “Mas aproximou somente 2 km do RS”, explica.
De acordo com Felicetti, não há como determinar se a nuvem está indo em direção ao Uruguai. “Se mantém em Entre Ríos [província da Argentina]”.
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) informou na segunda que a nuvem se deslocou da província de Corrientes para Entre Rios e está a 100 quilômetros da fronteira com o Uruguai.
Autoridades brasileiras consideram que a principal forma de combater o problema é por meio do despejo de agrotóxico em direção aos insetos. Especialistas, porém, avaliam que o método é extremamente prejudicial.
Nova nuvem de gafanhotos surge no Paraguai e segue para a Argentina
Nuvem de gafanhotos: como se forma e como combater
Nuvem de gafanhotos está a 110km de Barra do Quaraí
Divulgação/Senasa Argentina
Probabilidade de chegada ao RS
De acordo com nota divulgada pelo Mapa, seguem mantidas as previsões de que os insetos continuarão se movimentando rumo ao sul, sem previsão de ocorrência de um conjunto de alterações climáticas (temperatura x umidade x direção/velocidade dos ventos) que favoreça a entrada no Brasil.
Segundo o Ministério, a última previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que os ventos na região se mantenham na direção Norte-Sul nos próximos dias, indicando uma provável direção da nuvem ao Uruguai.
“Nós estamos monitorando a região da fronteira com a Argentina e em contato direto com o Ministério e com o governo argentino para verificar o tamanho e a velocidade de deslocamento da nuvem. Temos 11 fiscais envolvidos nesta tarefa”, afirma Felicetti.
O secretário da Agricultura do RS, Covatti Filho, destaca que o Plano Operacional da Secretaria da Agricultura está na fase de vigilância e monitoramento. Mas caso haja a entrada da nuvem no Rio Grande do Sul, as equipes devem executar as medidas de controle fitossanitário.
“Caso a nuvem chegue ao Estado, a estimativa é de grandes prejuízos para os produtores e as ações de contenção devem ser tomadas rapidamente para minimizar os impactos”, afirma Covatti.
Os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina estão em estado de emergência fitossanitária desde 25 de junho por determinação do Mapa. A medida é preventiva e deve durar um ano.
Grupo da UFPel faz simulação
O Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) vem analisando a trajetória da nuvem de gafanhotos pela Argentina, e realizou simulações de percursos possíveis para os insetos.
Utilizando dados como a velocidade de ventos prevista para a região, o grupo estimou o percurso dos insetos caso ele se movam em 40 km por dia, 80 km por dia e 150 km por dia.
Previsão para 40 km por dia: se esta previsão se confirmar, na quarta-feira 22/7, estima-se que a nuvem poderá atingir a província de Entre Ríos na Argentina, fronteira com o Uruguai, próximo a Concórdia na Rota 14, em torno de 140 km da cidade de Barra do Quaraí no RS.
Previsão para 80 km por dia: estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima a cidade de El Eucaliptus no Uruguai, em Passo de Los Carros na Rota 26, aproximadamente 200 km da cidade de Barra do Quaraí no RS e aproximadamente 240 km da cidade de Rivera (Uruguai), divisa com o RS, também na quarta-feira (20).
Previsão para 150 km por dia: estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima a cidade de Villa del Carmem no Uruguai, província de Durazno. A região fica a aproximadamente 270 km das cidades gaúchas de Aceguá e Jaguarão.
Simulação mostra trajetos possíveis da nuvem de gafanhotos
Arte G1
Gafanhoto da espécie Schistocerca cancellata localizado na Argentina, em meio à nuvem de insetos
Divulgação/Senasa Argentina
Nota do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) segue monitorando a nuvem de gafanhotos em movimento dentro do território argentino. Nesta segunda-feira (20) o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) informou que a nuvem se deslocou da província de Corrientes para Entre Rios e está a 100 quilômetros da fronteira com o Uruguai.
Em relação às notícias sobre uma possível chegada da nuvem ao Brasil ainda nesta semana devido ao aumento da temperatura, o Mapa esclarece que este é um fator que não pode ser considerado de forma isolada. Até o momento, seguem mantidas as previsões de que os insetos continuarão se movimentando rumo ao sul, sem previsão de ocorrência de um conjunto de alterações climáticas (temperatura x umidade x direção/velocidade dos ventos) que favoreça sua entrada no Brasil.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os ventos na região se manterão na direção Norte-Sul nos próximos dias, indicando uma provável direção da nuvem ao Uruguai.
A equipe técnica do Mapa em Brasília se mantém em alerta juntamente com as Superintendências Federais de Agricultura (SFAs) e os Órgãos Estaduais de Defesa Agropecuária em ambos os estados e em permanente contato com o Senasa para o monitoramento do deslocamento da nuvem de gafanhotos e a preparação de medidas de controle de forma tempestiva, se for necessário.
A respeito da nova nuvem de gafanhotos formada no Paraguai, o Ministério segue também monitorando e atualizando diariamente as informações junto ao Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes do Paraguai (Senave).