No 4º mês seguido de alta, 'prévia' do PIB do Banco Central avança 1,06% em agosto

Apesar de alta, indicador ainda permanece abaixo do patamar registrado antes da pandemia do novo coronavírus. Números foram divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira. A economia brasileira cresceu pelo quarto mês consecutivo em agosto, segundo números divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Banco Central.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou crescimento de 1,06% em agosto, na comparação com julho. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes.
Na comparação com agosto do ano passado, porém, o indicador registrou uma contração de 3,92%, informou o Banco Central.
Com o crescimento, o indicador atingiu 134,05 pontos em agosto, mas ainda permaneceu abaixo do patamar de antes da pandemia do novo coronavírus, em fevereiro (139,92 pontos).
Também foi registrada desaceleração no ritmo de alta na comparação com julho, quando a economia avançou 3,71% (número revisado).
No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, de acordo com a instituição, o índice de atividade econômica do BC registrou uma retração de 5,44% – sem ajuste sazonal.
Já em 12 meses até agosto de 2020, os números do Banco Central indicam uma queda de 3,09% na prévia do PIB – também sem ajuste sazonal.
Nível de atividade
Os resultados do IBC-Br, neste ano, refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, sentidos com maior intensidade na economia em março e abril. De maio em diante, os números mostram o início de uma reação.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo dados do IBGE, o PIB brasileiro caiu 9,7% no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, devido ao impacto da crise do coronavírus.
Os economistas das instituições financeiras projetaram, na semana passada, uma queda de 5,03% para o resultado do PIB e 2020.
Em julho, o governo brasileiro manteve a expectativa de recuo de 4,7% para o PIB de 2020.
Já o Banco Mundial prevê uma queda de 5,4%da economia neste ano e, o Fundo Monetário Internacional (FMI), estima um tombo de 5,8% em 2020.
PIB x IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados uma “prévia do PIB”. Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.
O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano, na mínima histórica, e o Banco Central indicou, no comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), cautela na análise de novos cortes de juros.