Municípios do Agreste de Alagoas passam a contar com Patrulha Maria da Penha


Equipe da Polícia Militar vai atuar diretamente no cumprimento de medidas protetivas concedidas a vítimas de violência doméstica; sala foi inaugurada em Arapiraca. Militares vão atuar na fiscalização de medidas protetivas concedidas a vítimas de violência doméstica, no agreste de Alagoas
Caio Loureiro
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) inaugurou, nesta segunda-feira (31), uma sala no Juizado da Mulher, em Arapiraca, onde passa a funcionar a Patrulha Maria da Penha, formada por policiais militares que vão atuar na fiscalização de medidas protetivas, atendendo a toda região do agreste de Alagoas.
A patrulha é vinculada ao Batalhão da Polícia Militar de Arapiraca e conta com 12 policiais militares. Inicialmente vão trabalhar entre 7h e 19h, mas a ideia é ampliar o horário de atuação da guarnição.
O Juizado da Mulher de Arapiraca fica na rua Samaritana, 160, no Complexo Integrado de Justiça Especializada, no bairro Santa Edwirges.
A guarnição fiscaliza as medidas protetivas deferidas pelo Juizado em favor de mulheres que denunciaram a violência, mas que qualquer outra vítima pode denunciar o agressor ligando para o 190.
Os militares destacados para atuar na patrulha vão se reunir em sala do próprio Juizado e próxima ao gabinete do magistrado, facilitando a comunicação com promotor e defensor da Comarca, atuando em conjunto com toda a rede de proteção a mulheres vítimas de violência.
Medidas protetivas aumentam em Arapiraca
De janeiro a agosto deste ano, o juiz Alexandre Machado deferiu mais de 100 medidas protetivas. Na avaliação dele, o segundo maior município de Alagoas, Arapiraca, vivencia uma epidemia de violência doméstica dentro da epidemia de Covid-19. “A Patrulha vai nos ajudar a reduzir os índices de violência”, informou.
A policial Priscila Cavalcante, anunciada como a comandante da guarnição em Arapiraca, disse que o município tem enfrentado o agravamento da violência contra a mulher desde o início da pandemia.
“A patrulha é uma ferramenta a mais no combate à violência doméstica”, alertou Priscila.
Segundo o presidente do TJ-AL, Tutmés Airan, a sala é uma resposta que o Poder Judiciário dá a toda e qualquer forma de violência contra a mulher.
“É um avanço muito importante podermos contar com a patrulha aqui no Juizado”, afirmou o desembargador, para quem a violência é algo covarde e acontece em razão de desigualdade de força física. “É uma violência praticada onde justamente deveria haver intimidade, proteção, companheirismo”.
Para o comandante da Polícia Militar, Marcos Sampaio, essa proximidade deve garantir maior qualidade ao trabalho de fiscalização das medidas protetivas.
“Mais mulheres vítimas de violência devem aparecer aqui pedindo ajuda, orientação”, comentou o militar, que destacou o apoio do TJAL à Patrulha.
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