Ministro da Educação diz que não representa partidos nem evangélicos


Na apresentação dos resultados do Ideb 2019, Milton Ribeiro voltou a falar de sua escolha para o cargo. 12 de setembro – Milton Ribeiro, ministro da Educação, durante apresentação do Ideb 2019, em Brasília
Reprodução/YouTube
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou nesta terça (15) não representar “partido nenhum, tampouco grupos evangélicos” durante a entrevista à imprensa em que apresentou os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019 e um novo formato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que será futuramente implementado.
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“Eu sou um gestor, tenho a minha experiência, doze anos atrás de uma mesa lá do Mackenzie [Ribeiro foi vice-reitor na instituição], como mantenedor, então a minha experiência de gestão é essa. Mas quando ele [o presidente Jair Bolsonaro] me escolhe, ele faz uma opção que tem muita coerência com aquilo que ele vem falando na teoria. E o que ele fala? Que ele não iria lotear os ministérios. Eu não sou de partido nenhum, não represento nenhum partido, não represento grupo nenhum, nem tampouco, ou até mesmo, grupo evangélico, e eles foram rápidos a dizer ‘não é o nosso’, não represento a bancada evangélica. Tenho conversa com eles mas não represento”, afirmou o ministro.
“Certamente ele [Bolsonaro] poderia ter um apoio, se ele loteasse o cargo de ministro da Educação, de centenas ou talvez duas centenas de apoiadores, se ele chegasse para um grupo político e dissesse: vocês me apontam um ministro, e eu quero em troca 100 votos, 150 votos. Parece um absurdo, mas isso foi feito no passado, de uma maneira muito ostensiva, mas ele não fez isso. Pelo contrário, ele pagou o preço de colocar alguém que nem conhecido era, um pastor, como sou, embora não esteja aqui fazendo pregação, nem no MEC, minha visão é outra sobre meu trabalho.”
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Em evento do Ministério da Saúde, há cerca de uma semana, o titular do MEC disse que “desconstruções” de valores, de “absolutos” e de “certezas” promovidas por livros didáticos antigos distribuídos pela pasta e por “pedagogias e filosofias equivocadas” criaram “verdadeiros zumbis existenciais” e contribuem para doenças que podem levar ao suicídio.
No mesmo evento o ministro declarou que os jovens são apresentados a discussões que destroem as ligações com “Deus, religião, política, família” em uma idade inadequada.
No seu discurso de posse, Milton Ribeiro afirmou que buscaria ter “compromisso com o Estado laico” e manter “grande diálogo com acadêmicos e educadores”.
Ribeiro é o quarto titular do Ministério da Educação (MEC) em um ano e nove de mandato do presidente Bolsonaro.