MEC suspende cronograma e vai prorrogar prazo de inscrição do Fies após instabilidade no sistema
Quem já se inscreveu não será prejudicado. Novo período ainda será anunciado. Programa oferece financiamento de mensalidades no ensino superior em universidades privadas. MEC prorroga prazo de inscrição no Fies após instabilidade no sistema
Reprodução/Fies/MEC
O Ministério da Educação (MEC) suspendeu o cronograma e afirmou que vai prorrogar o período de inscrição para preencher 50 mil vagas remanescentes do Financiamento Estudantil (Fies).
O comunicado foi publicado no site do programa. Segundo a pasta, a decisão foi tomada “devido à alta procura”, o que teria levado à “sobrecarga e instabilidade do sistema.” Quem já se inscreveu não será prejudicado, segundo o MEC.
As inscrições foram abertas nesta terça (6) e se encerrariam na próxima semana para alunos não matriculados, e em 13 de novembro para quem já está estudando.
O novo prazo ainda será definido em um edital.
As vagas remanescentes são aquelas que “sobraram” ao longo dos processos seletivos, seja por desistência dos candidatos ou por falta de documentação.
Em cinco anos, o número de beneficiados no programa caiu 88%. Em 2014, eram 731 mil contratos fechados e, em 2019, foram 85 mil.
Erro em site do Fies leva MEC a suspender edital e anunciar prorrogamento de inscrições; novo prazo ainda será anunciado em edital
Reprodução/Twitter
O que é o Fies?
O Fies é um programa de financiamento para estudantes cursarem o ensino superior em universidades privadas e, atualmente, possui duas categorias: a primeira, oferece vagas com juros zero para os estudantes com renda mensal familiar de até três salários mínimos. Já a segunda, chamada P-Fies, é direcionada para os estudantes com renda mensal familiar de até cinco salários mínimos.
O edital de vagas remanescentes atende somente à primeira modalidade.
Inscrições para 50 mil vagas remanescentes do Fies são abertas nesta terça (6)
Quem pode concorrer?
Quando o processo for retomado, poderá se inscrever o candidato que:
Tenha feito o Enem a partir da edição de 2010
Tenha obtido média das notas igual ou maior que 450 pontos
Não tenha zerado na redação
Tenha renda familiar bruta mensal per capita de até 3 salários mínimos
Ensino superior na pandemia
Entidades do ensino superior privado têm afirmado que a pandemia poderá impactar no aumento da evasão escolar, devido à falta de emprego e diminuição de renda dos alunos matriculados ou de suas famílias.
Outro fator que ameaça o setor é o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Previsto para novembro, as provas serão realizadas em janeiro e fevereiro de 2021, com resultados divulgados em março.
A alteração no cronograma poderá atrasar o ingresso de 3,5 milhões de universitários no ensino superior privado, de acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes).
A estimativa se refere ao número de estudantes que se inscrevem no Enem de olho na nota de desempenho. Além de permitir a disputa de vagas em universidades públicas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Enem é usado nas instituições particulares como forma de vestibular, para concessão de bolsas de estudo, ou descontos progressivos nas mensalidades. Para concorrer às bolsas do Fies, também é preciso ter feito o exame a partir de 2010.
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