Mapa atualizado amplia área de realocação em bairros de Maceió afetados por rachaduras

Atualização não altera o tipo de risco, mas recomenda necessidade de realocação por causa da constante movimentação do solo na região. Mapa de setorização é atualizado e amplia área de realocação nos bairros atingidos pelas rachaduras em Maceió
Ascom Defesa Civil
A Coordenadoria Especial Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) divulgou a nova versão do Mapa de Setorização de Danos e de Linhas de Ações Prioritárias. O documentomostra que quase dois mil imóveis precisarão ser realocados por causa da constante movimentação do solo na região dos bairros de Maceió afetados pelas rachaduras. A atualização do mapa foi elaborada em conjunto com a Defesa Civil Nacional e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
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A nova versão do mapa não altera o tipo de risco que afeta a área e mantem a divisão por zona de fraturamento e processos erosivos (área verde), zona de movimento de massa (área rosa), zona de alagamento (área azul), além de zona de dolinamento, mas, com a atualização, os órgãos responsáveis pelo documento recomendam ampliação da área de Criticidade 00 (realocação) em todos os setores.
O documento aponta a ampliação da criticidade 00 (parte verde cítrica do mapa) para abranger 1.918 imóveis, sendo:
1.485 localizados nos bairros do Pinheiro e Bebedouro
120 no Mutange
313 no Bom Parto
O mapa atualizado foi entregue na última sexta-eira (12) a Baskem e aos órgãos que também assinaram o Termo de Acordo Para Apoio à Desocupação das Áreas de Risco.
Segundo relatório da CPRM, este já é considerado o desastre mais complexo do Brasil e o sexto mais complexo mundialmente. O problema atinge mais de 40 mil pessoas, segundo a prefeitura de Maceió.
Os órgãos que compõem a força-tarefa do Pinheiro alertaram a população que é extremamente indispensável se retirar do local de risco para garantir a própria segurança, como mostra o relatório da CPRM. A Braskem já foi comunicada para a adoção das providências imediatas para garantir a segurança dos moradores dessa nova área de criticidade 00, bem como para a Defesa Civil adotar as providências que lhe couberem.
A situação também será levada ao judiciário, na ação civil pública interposta no mês de abril de 2019, para que o juiz adote as providências necessárias.
A Defesa Civil Municipal aguarda posicionamento quanto ao possível atendimento dessa população no âmbito do acordo judicial.
Ajuda humanitária
A Defesa Civil de Maceió informou que está solicitando recursos ao Governo Federal para que os moradores recebam ajuda de custo para os procedimentos de realocação através da concessão de Ajuda Humanitária, uma vez que o Município renovou no dia 26 de março, o Decreto de Calamidade Pública e continua precisando de apoio financeiro e de pessoal técnico capacitado diante da necessidade de retirada imediata dessas pessoas devido ao processo evolutivo de subsidência.
Recomendações já adotadas
Segundo a Defesa Civil, todas as recomendações feitas pelo órgão municipal são baseadas em evidências e contam com o apoio técnico da CPRM. Até agora já houve:
Interdição de parte da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro
Suspensão da linha férrea no mesmo trecho, por parte da CBTU
Ampliação da área de resguardo adotada pela empresa Braskem para fechamento de minas, levando em consideração todas as 35 minas existente no polígono afetado e que foi parcialmente acatada pelos signatários do Termo de Acordo.
A área afetada pela instabilidade de solo segue monitorada 24h pela Defesa Civil. Atualmente não há evidências concretas que apontem a chuva como fator preponderante, já que grande parte das evidências surgiram em período seco e se mantêm, até o momento, em constante evolução.
A água pode ser um fator facilitador para diversos processos, mas a grande preocupação dos órgãos que fazem o monitoramento da área é que 11 cavernas de exploração perderam seu teto de sal, conforme consta do relatório do Instituto de Geomecânica de Leipzig (IFG) apresentado pela mineradora. O estudo informa, inclusive, que a mina 6 ainda não foi localizada nos sonares e a ausência de rede de microssísmica com sensor de profundidade impossibilita a adoção de ações de alerta.
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