Mais grave que ataque ao STF é país não ter projeto adequado para educação, diz Barroso


Presidente recém-empossado do TSE fez referência à declaração do ministro da Educação, que defendeu prisão dos ministros do STF. O ministro Luís Roberto Barroso, novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta terça-feira (26) que mais grave do que ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) é a falta de projetos na área de educação. Barroso se referia à declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que defendeu a prisão dos ministros do STF.
Barroso participou de uma entrevista coletiva, na qual foi questionado sobre a frase do ministro. Weintraub atacou o STF na reunião interministerial do dia 22 de abril, cuja gravação se tornou pública na semana passada, por decisão judicial.
“O vídeo fala por si só e eu não gostaria de comentá-lo. Isso é o fato político do dia, portanto não é tema específico para um juiz se pronunciar. E uma coisa que eu aprendi na vida é que só a verdade ofende”, respondeu Barroso.
“Porém, pensando do ponto de vista institucional, eu considero que mais grave do que o ataque ao Supremo é o país que não tem projeto adequado para a educação”, completou.
O ministro Luís Roberto Barroso, do TSE e do STF, durante julgamento no dia 20 de maio
Reprodução/TV Globo
Na reunião, que teve a presença dos ministros do governo e do presidente Jair Bolsonaro, Weintraub ainda chamou os magistrados do STF de “vagabundos”. “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”, afirmou na ocasião.
O decano da Corte, ministro Celso de Mello, encaminhou esse trecho a todos os demais ministros para que, querendo, tomem as medidas cabíveis. Segundo Mello, a fala poderia configurar crime contra a honra.
A divulgação do vídeo faz parte do inquérito que investiga a denúncia de que o Bolsonaro interferiu politicamente na PF.
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