Mais de 90 farmácias de Alagoas participam de campanha nacional de combate à violência doméstica


Vítimas podem sinalizar com um “X” na palma da mão aos atendentes e farmacêuticos do local, que, logo em seguida, vão ligar para a polícia. Objetivo é facilitar denúncias durante o isolamento social. Vítimas de violência doméstica podem sinalizar com um “X” na palma da mão para funcionários de farmácias em Alagoas, que eles acionarão a polícia
Divulgação/TJ-AL
Com o apoio do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), 96 farmácias vão auxiliar mulheres que enfrentam violência doméstica em meio ao isolamento social, medida adotada para tentar frear o avanço da Covid-19. Trata-se da campanha nacional “Sinal Vermelho”, lançada nesta quarta-feira (10), cujas vítimas podem sinalizar com um “X” escrito na palma da mão por batom ou outro tipo de material aos atendentes e farmacêuticos do local.
De acordo com o TJ-AL, após a sinalização realizada pelas mulheres vítimas de agressão, os atendentes vão chamar a vítima para uma sala reservada, ligar para o 190 e acionar a Polícia Militar. Caso a vítima sinta a necessidade de deixar o local, o profissional da farmácia anotará o nome completo dela, endereço e telefone.
As farmácias que estão conveniadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) vão participar deste primeiro momento, porém o objetivo é contemplar cerca de 1.600 estabelecimentos do estado.
“Essa ideia de articular uma rede de farmácias e colocar no combate à violência é boa porque tem farmácia em todo canto, portanto, fica mais ao alcance das mulheres. Elas não precisarão, por exemplo, se deslocar a uma delegacia, muitas vezes afastada do lugar onde moram”, disse o presidente do TJ-AL, Tutmés Airan.
A campanha foi lançada em uma videoconferência entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
Segundo a presidente da AMB, Renata Gil, a iniciativa surgiu devido ao aumento da violência doméstica durante a pandemia do novo coronavírus. “Os casos aumentaram quase 50% em todo o país. Precisamos ajudar essas mulheres que ficam confinadas em suas residências com os seus agressores”, destacou a magistrada, ressaltando que as farmácias foram escolhidas por serem ambientes “conhecidos e neutros”.
Ela explicou ainda que os farmacêuticos e atendentes não têm responsabilidade de figurar como testemunhas da ocorrência. “Eles são apenas comunicantes. As farmácias passam a ser agentes na comunicação contra a violência doméstica”, explicou.
As farmácias participantes poderão ser identificadas por um cartaz da campanha fixado na parte externa do estabelecimento.
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