Justiça decide que Petrobras deve rebatizar campo de Lula, diz secretário
Petrobras atribuiu o nome de Lula para área do pré-sal até então denominada Tupi, no final de 2010, perto do encerramento do governo do então presidente Lula. Uma decisão judicial determinou que a Petrobras deverá rebatizar o campo de Lula, no pré-sal, atualmente o maior em produção no Brasil, informou o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) considerou que o nome do campo gerava “promoção pessoal” para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou Mattar, em publicações no Twitter na noite de quinta-feira (3).
De acordo com Mattar, que classificou como “acertada” a decisão do TRF-4, a determinação judicial é para que o campo retome o nome de Tupi.
O G1 procurou o TRF-4 e a Petrobras, e aguarda retorno dos pedidos de comentário sobre as publicações do secretário.
FPSO Cidade de Saquarema em operação no Campo de Lula, na Bacia de Santos, em imagem de arquivo
André Motta / Agência Petrobras
Entenda o caso
A Petrobras atribuiu o nome de Lula ao campo, até então denominado Tupi, no final de 2010, perto do encerramento do governo do então presidente Lula.
Na ocasião, a Petrobras explicou que, segundo orientação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os campos de petróleo devem receber, no ato de declaração de comercialidade, “nomes ligados à fauna marinha, quando se tratar de descoberta no mar”. O campo de Iracema, por exemplo, ganhou na ocasião o nome de Cernambi, que é um molusco.
O campo de Lula produziu 1,033 milhão de barris por dia de petróleo e 45,7 milhões de metros cúbicos de gás natural em abril, mantendo-se como maior produtor do Brasil, de acordo com números da ANP. O campo responde atualmente por cerca da metade da produção do pré-sal. Em abril, foram produzidos, em média, 2,958 milhões de barris por dia no Brasil e 2,057 milhões de barris por dia no pré-sal.
A título de comparação, a produção em Lula já é maior que a oferta total da Venezuela, que ficou em torno de 796 mil barris por dia em 2019, segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), destaca a Reuters.