Ipea reduz estimativa de queda do PIB de 6% para 5% em 2020


Revisão considera desempenho econômico melhor que o esperado no terceiro trimestre do ano. Para 2021, órgão mantém projeção de uma alta de 3,6% do indicador. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta-feira (1) ter revisado a estimativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2020, prevendo uma retração menor da economia do país. Segundo o órgão, o indicador deve encolher 5% no ano, e não 6% como havia divulgado em junho.
Segundo o Ipea, a revisão foi feita “em razão do bom desempenho, melhor do que esperado para o terceiro trimestre”, indicando melhor recuperação econômica.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
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Economia/G1
“Apesar do cenário de recuperação, o ano deve fechar com ociosidade elevada na economia. O hiato do produto, que mede o grau de ociosidade, saltou de 4,2% no primeiro trimestre deste ano para inéditos 13,9% no terceiro trimestre”, ponderou o órgão.
O Ipea destacou que além do avanço do grau de ociosidade na economia, o penúltimo trimestre do ano também registrou aceleração da inflação, devido à alta nos preços dos alimentos.
“No acumulado de 12 meses encerrados em agosto, os produtos alimentícios responderam por 70% de toda a variação do IPCA. Isso fez com que a previsão de inflação geral para 2020 fosse revisada de 1,8% para 2,3%”, ressaltou.
Para 2021, a taxa de inflação estimada pelo Ipea é de 3,3%.
A estimativa do Ipea está dentro do que é projetado por economistas do mercado financeiro que, nesta semana, também reduziram a projeção de queda do PIB de 5,05% para 5,04%.
Para 2021, o mercado prevê uma alta de 3,5%, também próximo ao estimado pelo Ipea. Já a inflação é estimada pelos analistas em 2,05% para 2020, e 3,01% para 2021.
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Equilíbrio fiscal em xeque
O Ipea enfatizou, ainda, que a análise trimestral da conjuntura econômica aponta que o conjunto de medidas emergenciais lançado pelo governo federal para combater os efeitos da pandemia acarretará forte aumento do déficit e da dívida pública, o que poderia comprometer o equilíbrio fiscal do país.
Segundo o órgão, os gastos da União em ações relacionadas à Covid-19 no ano de 2020 estão estimados em cerca de R$ 590 bilhões.
“É importante que o país saia da pandemia reforçando o compromisso com o equilíbrio fiscal, que é pré-requisito fundamental para a retomada sustentável da nossa economia”, avalia o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do instituto, José Ronaldo Souza Júnior.