Inglaterra reabre escolas em meio a críticas; veja 10 medidas adotadas por países que decidiram voltar às aulas


A flexibilização nas regras de isolamento social vem acompanhada de críticas de pais, professores e de governos locais, que a consideram precipitada. 1º de junho – Inglaterra tem volta às aulas para crianças de 4 a 6 anos e de 10 a 11; na imagem, crianças tomam café da manhã na creche Little Darling nesta segunda-feira.
Frank Augstein/AP
A Inglaterra está flexibilizando as regras de isolamento social e, nesta segunda-feira (1º), as escolas do ensino básico começam a retomar as atividades. A princípio, as aulas são direcionadas apenas para as crianças de 4 a 6 anos e de 10 a 11 anos, uma tentativa de ajudar os pais que precisam voltar ao trabalho.
A medida, no entanto, não é unânime. A flexibilização nas regras de isolamento social vem acompanhada de críticas de pais, professores e de governos locais, que a consideram precipitada. No Brasil, as aulas estão suspensas em todos os estados e as escolas seguem fechadas.
“Não podemos prometer realmente aos pais que suas crianças permanecerão a dois metros umas das outras o tempo todo”, afirmou Bryony Baynes, diretora de uma escola do ensino básico de Worcester (oeste da Inglaterra).
1º de junho – Sem máscara, professora da Watlington Primary School, na Inglaterra, fala com aluno nesta segunda-feira, após retomada parcial de aulas no país.
Eddie Keogh/Reuters
O Sindicato Nacional de Educação pediu “mais provas e evidências científicas sólidas para a reabertura no momento adequado”, e a Associação de Diretores de Escolas está preocupada com os “importantes problemas logísticos” do retorno às aulas. Um estudo da Fundação Nacional de Pesquisa em Educação com 1,2 mil diretores de escola mostra que quase metade das famílias pretende manter os filhos em casa.
“Entendo que algumas pessoas não querem a reabertura das escolas agora. Mas temos que avançar e também temos que garantir que nossos filhos não regridam”, argumentou o ministro da Educação, Gavin Williamson, ao jornal “Daily Telegraph”.
Além das aulas, passam a ser permitidas a partir desta segunda-feira as reuniões com até seis pessoas em locais abertos, como parques públicos, ou jardins privados, o que permite o reencontro de familiares e amigos. Também voltaram a funcionar os negócios ao ar livre, como mercados de rua e concessionárias de carros. A previsão é que o restante do comércio seja autorizado a retornar em duas semanas.
1º de junho – Inglaterra retoma aulas para crianças de 4 a 6 anos e de 10 a 11 anos nesta segunda-feira.
Eddie Keogh/Reuters
10 medidas para a volta às aulas
Após decretarem o afrouxamento do isolamento social para conter a transmissão do novo coronavírus, países que estão voltando às aulas adotam medidas de prevenção para evitar uma nova onda de contaminação.
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Crianças lavam as mãos na escola Gudenåskolen, na Dinamarca
Lone Mathiesen/ Divulgação/ Embaixada da Dinamarca no Brasil
O G1 analisou a experiência de países como China, Coreia do Sul, Dinamarca, Finlândia, França, Inglaterra, Israel, e Portugal para saber quais cuidados estão sendo tomados na volta às aulas.
Entre as medidas, estão:
arejar a sala
horários diferentes de entrada e saída
distanciamento
grupos menores de alunos
lavagem de mãos e instalação de torneiras
uso de máscaras
controle de temperatura
tendas de desinfecção dos alunos na entrada
desinfecção de escolas
afastar professores do grupo de risco
Ainda assim, ao menos dois dos países analisados voltaram a registrar casos de transmissão de coronavírus: Coreia do Sul e França.
Na Coreia do Sul, mais de 200 escolas foram fechadas na sexta-feira (29) dias após reabrirem, devido ao surgimento de novos casos de contaminação. Com isso, Seul adotou novas medidas para evitar a transmissão de casos, como limitar o número de alunos por sala, enquanto os demais ficam em casa, aprendendo por atividades remotas.
Na França, 40 mil escolas foram reabertas no início de maio. Uma semana depois, 70 registraram casos de coronavírus e tiveram que ser fechadas.
As regras de confinamento impostas para conter o avanço da disseminação do novo coronavírus deixaram mais de 1,5 bilhão de crianças e adolescentes fora da escola em 188 países, segundo balanço da Unesco divulgado em abril.
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15 de maio – Estudantes conversam enquanto praticam o distanciamento social no pátio de uma escola secundária durante sua reabertura em Bruxelas, na Bélgica, durante o surto do coronavírus (COVID-19)
Yves Herman/Reuters
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