Idosa de 86 anos pede ajuda para encontrar lares para seus 17 gatos
Yayá é mãe de Nina, Nina e Yayá engravidaram ao mesmo tempo e, agora, suas crias vivem juntas. Filhos e netos, todos bebês. A história de Yayá e Nina poderia ser um ‘causo’ corriqueiro de qualquer vizinhança, não fosse o fato de que as duas são gatas, felinas, e que cada gravidez gerou cinco filhotes. Agora, os dez gatinhos, com cerca de um mês de vida, precisar achar um lar.
Hoje, os animais superlotam a casa da pesquisadora e mestra brincante Lydia Hortélio, 86 anos, no bairro de Brotas. Não bastasse a necessidade de lidar com 12 gatos (os filhos e as mães), os felinos ainda precisam dividir o espaço com os tios e tias – filhos de Yayá de outras duas gestações anteriores. Ao todo, 17 animais tomam conta do terreno, inclusive da varanda e do jardim.
“Eu não tenho condições de ficar com esses gatos todos. Por mais que a gente limpe, tem pelo, cheiro e a casa está inabitável. E eles também não devem estar felizes, gato precisa de espaço, gosta disso, eles já são muitos”, explica Lydia.
Para tentar minimizar a superlotação, apenas os filhotes e as mães estão dentro de casa. Os gatos mais velhos, das primeiras gestações, estão do lado de fora da casa, que tem jardim. “Eu precisei fechar todas as portas e janelas, e acho que eles entenderam, alguns já foram até passear pela rua”, conta.
Adoção
A história da pesquisadora com os gatos, que precisam encontrar quem os adote, começou justamente com uma adoção. “Yayá é uma gata que a minha neta encontrou na rua, levou pra casa, cuidou e era dela até a família se mudar para São Paulo. Ia ficar com a gata até eles se ajeitarem por lá, mas acabaram adotando outros gatos em São Paulo mesmo e ela ficou comigo”, lembra ela.
Em um ano, desde janeiro de 2019, quando a primeira gata chegou, a população de felinos foi crescendo. Yáyá teve filhos em duas ocasiões: em maio e novembro do último ano. No total, foram seis filhotes que começaram a habitar a casa de Dona Lydia. Uma delas Nina, que também teve filhos no último mês.
Apesar de toda dor de cabeça causada pela superlotação, a pesquisadora e professora de música fala com carinho dos animais. “Quando Yayá chegou era lindo de ver. Ela era uma gata que morava num apartamento e agora tinha essa casa toda pra ela. Era como se um ser humano tivesse todo o planeta só para ele. Encantador ver ela explorando, pulando de um lado para o outro. Parecia um ballet”, recorda.
Pedido de ajuda
Mesmo com muito carinho pelos animais, Lydia resolveu pedir ajuda desde a chegada dos novos filhotes. “A casa já não tem mais o espaço que eles precisam. Eles acabam entrando pelas prateleiras, derrubando peças de cerâmica que eu guardo há mais de 50 anos”, relata. Depois das adoções, apenas Yayá e Nina ficarão com a pesquisadora. “Serão castradas as duas”.
O pedido de ajuda para as adoções vem junto com o desejo de que os animais encontrem novos lares amorosos. “Tomara que eles encontrem crianças que realmente gostem de animais. Porque geralmente é criança que gosta, e ainda é um aprendizado, cuidar de um gato, ser responsável por uma vida”, acredita ela.
Em tempos de quarentena, Lydia está isolada em casa com os felinos. Quem quiser adotar, pode entrar em contato com uma amiga da pesquisadora que se dispôs a ajudar e está fazendo a intermediação das adoções. Dos dez filhotes, quatro já têm famílias interessadas, mas nenhuma adoção foi de fato concluída. Para adotar, entrar em contato por mensagem de WhatsApp com Mariana Caribé: (71) 99179-4797.
*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco