Hotel Maksoud pede recuperação judicial de R$ 81 milhões em SP


Controladora alegou que fechamento durante a pandemia levou a prejuízos. Juiz pediu perícia e mais dados antes de decidir pela concessão, que permitirá renegociação de dívidas trabalhistas e com credores. Maksoud Hotel em SP pede recuperação judicial
Reprodução/redes sociais
O hotel quatro estrelas Maksoud Plaza, localizado na Bela Vista, no Centro da capital paulista, e sua controladora, a Hidroservice Engenharia, entraram com um pedido de recuperação judicial avaliado em R$ 81 milhões, excluindo as dívidas tributárias, junto à Justiça de São Paulo.
O pedido inclui, ainda, mais duas empresas do grupo. O hotel afirmou na petição que, em 18 de setembro, demitiu metade de seus funcionários, devido à falta de recursos em caixa para as despesas.
Se aceito pela Justiça, a recuperação suspenderá por 180 dias as ações e execuções de cobranças contra o empreendimento e permitirá que o hotel renegocie prazos e formas de pagamento e refinanciamento de dívidas trabalhistas e com credores.
Um dos motivos alegados pela controladora no pedido à Justiça foi o fato do hotel ter ficado fechado, pela primeira vez em 40 anos de história, nos últimos 6 meses, durante parte da pandemia do coronavírus. No período – de março a agosto – o empreendimento manteve o impacto de custos mensais avaliados em mais de R$ 1,5 milhão, que se somaram às dívidas pré-existentes da empresa.
O hotel reabriu em 4 de setembro deste ano, mas com baixa ocupação, informou a administração à Justiça. Em setembro de 2020, a taxa de ocupação do hotel é de 3%, comparada com a de 62% no mesmo período do ano passado.
Após o pedido de recuperação do hotel, realizado na segunda-feira (21), o juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, que irá analisar o caso distribuído para a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, nomeou um perito para analisar os documentos.
O magistrado também pediu ao hotel demonstrações contábeis do balanço patrimonial, de demonstração de resultados acumulados e a situação do caixa de 2020, para verificar a atual situação financeira do negócio.
Na decisão, o juiz disse que, a lei quer evitar, com as exigências de vários documentos para a concessão, “o deferimento do processamento [de recuperação] de empresa inviáveis, inexistentes, desativadas ou que não reúnam condições de alcançar os benefícios sociais almejados pela lei”.
“Tudo isso é fundamental para que o instrumento legal da recuperação da empresa seja utilizado de maneira correta, cumprindo sua função social, sem a imposição desarrazoada de ônus e prejuízos à comunidade de credores”, afirmou Rodrigues Filho na decisão.
Maksoud Hotel Plaza pediu recuperação judicial; juiz ainda irá decidir
Redes sociais/reprodução
Pandemia
Os advogados da empresa alegaram na petição à Justiça que a única opção viável, para o curto e médio prazo para o hotel, é a recuperação, obtendo mais prazo para negociação de dívidas trabalhistas e com credores até a retomada do turismo após a pandemia de Covid-19, prevista pelos especialistas para o segundo semestre de 2021.
“Durante todo o período de fechamento, usamos todos os nossos recursos para manter os empregos e os salários de nossa equipe e o edifício do Maksoud. Infelizmente, diante do cenário do turismo, tivemos que desligar, no último dia 18/9, metade de nossa equipe de colaboradores”, afirmou o empreendimento em nota à imprensa.
VÍDEOS: Tudo sobre São Paulo e região metropolitana