Hipótese de volta às aulas em setembro está descartada, diz Neto

As aulas da rede municipal seguem sem previsão de volta, mas com certeza não haverá retorno em setembro, garantiu nesta sexta-feira o prefeito ACM Neto. “Essa hipótese está inteiramente descartada”, afirmou. “Não voltará no mês de setembro”.

Neto diz que tem conversado com o governador Rui Costa sobre o assunto. “Compartilhamos da mesma preocupação, que a retomada das atividades escolares possa ser um vetor seríssimo de multiplicação da pandemia. Nesse momento a gente ainda não tem conforto e segurança, e há uma unanimidade nos comitês municipal e estadual que não dá para pensar agora em retomada do ano letivo”, afirmou o prefeito, durante evento no Lobato.

Apesar disso, Neto afirmou que não é a favor de descartar o ano letivo. “Nosso desejo é que não se perca o ano de 2020, mas é claro que talvez não seja possível voltarmos com todas as atividades letivas. Daí porque haverá critério para esse retorno”, afirmou, repetindo que talvez não faça sentido voltar com a educação infantil este ano.

As equipes de saúde continuam acompanhando o andamento da pandemia para avaliar se é possível retornar alguma atividade escolar a partir de outubro ou não. 

Neto também criticou a falta de articulação nacional do governo federal no tema. “Uma certa omissão do governo federal nesse tema é muito prejudicial a todos nós. Digamos que volte em outubro uma parte e outra em novembro. Claro que vai ser impossível completar o ano letivo em 2020, vai ter que avançar em 2021”, disse, afirmando que o ideal seria criar uma grade curricular olhando para 2020 e 2021 de maneira unificada, projetando os conteúdos previstos para os dois anos em menos tempo. 

“A gente avançasse em 2021, por exemplo, prevendo aulas em final de semana, o não recesso escolar, e outras coisas mais, para que o conteúdo não se perca, para que não haja um faz de conta para os alunos. Não podemos sacrificar as nossas crianças e nossos jovens, muitos dos quais estão sem aula, sem aprender, e não é justo que a gente rasgue isso, desconsideresse isso, e faça uma aprovação automática”, disse. “Se houvesse uma articulação nacional, presença do Ministério da Educação, do governo federal, essa história toda ficava muito mais fácil. Lamento que não haja”, finalizou.