Governo rejeita nome de Tombini e opta por não fazer indicação para vice do BID


O governo brasileiro decidiu abrir mão da indicação para a vice-presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O governo não concorda com a escolha feita pelo novo presidente da instituição, Mauricio Claver-Carone, que queria para o cargo Alexandre Tombini, ex-presidente do Banco Central na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O Brasil havia costurado o direito de ocupar a vice-presidência ao apoiar Carone, candidato dos Estados Unidos.
Segundo fontes da área econômica, o ministro Paulo Guedes não quis comprar uma briga com grupos ideológicos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro e bancar a indicação de Tombini.
Uma das fontes afirmou que a decisão foi reforçada pela leitura de que já havia sido desgastante a passagem de Joaquim Levy para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Chamado de petista por apoiadores de Bolsonaro, Levy, ex-ministro da Fazenda de Dilma, foi criticado publicamente pelo presidente mais de uma vez.
Alexandre Tombini foi presidente do Banco Central na gestão da ex-presidente Dilma Roussef
Antonio Cruz/Agência Brasil
O nome de Tombini foi trazido a Paulo Guedes por Carone, que já conhecia o brasileiro, que hoje ocupa um cargo no Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. O governo brasileiro queria indicar o secretário especial de produtividade, Carlos da Costa. Com o impasse, Costa irá presidir o braço de investimentos do banco, o BID Asset, e Carone deverá escolher um executivo de outra nacionalidade para a vice-presidência da instituição.
A escolha de um presidente indicado pelos EUA para o BID quebrou uma tradição de 60 anos de comando da instituição por um latino-americano. A expectativa era de que um nome do Brasil presidisse o banco, mas o governo brasileiro aceitou apoiar o candidato apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump..
Com apoio do Brasil, candidato dos EUA é eleito presidente do BID