Governo informa que contratará empresa para concluir obras da usina de Angra 3

Ideia inicial era buscar um sócio privado para concluir obras, mas agora o governo decidiu que a Eletronuclear deve contratar uma empresa. Construção está parada desde 2015. A secretária do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Sellier, afirmou nesta quarta-feira (10) que o governo federal contratará uma empresa para concluir as obras da usina de Angra 3 (RJ).
Martha Sellier deu a informação ao conceder uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, após reunião do conselho do PPI. O presidente Jair Bolsonaro participou da reunião.
As obras da usina estão paradas desde 2015. A proposta defendida inicialmente no governo era a busca de um sócio privado que retomasse e concluísse a construção. Agora, o governo decidiu que a estatal Eletronuclear deverá contratar uma empresa para concluir a obra.
“Os estudos recomendam que seja feita uma conclusão da obra via um epecista, que é um empreendedor, uma construtora, que seja diferenciado do financiador do empreendimento por meio da própria Eletronuclear”, disse Martha Sellier.
>> Saiba no vídeo abaixo os custos das obras da usina:
Com obras paradas, Angra 3 custa R$ 3 milhões por mês
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratará uma consultoria para calcular o custo para a finalização da obra.
“Lá atrás, quando a gente começou os estudos, falava-se em algo na casa de R$ 16 bilhões. Achamos que os estudos vão poder detalhar mais esses investimentos e buscar também economicidade nesse investimento, no sentido de tentar não extrapolar esses valores previamente analisados”, disse Martha Sellier.
Parques
Durante a entrevista no Palácio do Planalto, Martha Seiller também anunciou a inclusão de dois parques nacionais no programa de concessões: São Joaquim (SC) e Brasília (DF).
“No âmbito do Ministério do Meio Ambiente, incluímos mais dois parques na carteira do PPI. Essa é uma agenda que tem avançado bem e que nós acreditamos que, em tempo de recuperação pós-crise de saúde, é o tipo de turismo que vai aumentar bastante: o turismo em parques, aberto, em contato com a natureza”, afirmou Martha.
A ideia do governo, segundo a secretária, é estruturar uma concessão para que um parceiro privado possa explorar e investir nos parques. “Garantir sustentabilidade, proteção ambiental, brigada contra incêndio e tudo que é importante na proteção desses ativos do Brasil”, acrescentou.
Consórcio que administra o Aeroporto de Viracopos desistiu da concessão
Aeroportos
O Conselho do PPI também anunciou nesta quarta-feira a inclusão, no programa de concessões, a relicitação dos aeroportos de Viracopos (SP) e São Gonçalo do Amarante (RN).
Os dois aeroportos já foram concedidos a empresas privadas, mas as companhias decidiram devolver a concessão. Portanto, os terminais serão novamente leiloados.
As concessionárias dos aeroportos enfrentam problemas financeiros. A devolução do aeroporto de Viracopos, por exemplo, fez parte do plano de recuperação judicial da concessionária do terminal. A previsão do governo é relicitar o aeroporto em 2021.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, já afirmou que o leilão de Viracopos será feito de forma individual e não dentro de um bloco do programa de concessões de aeroportos do governo.
A entrada dos projetos no PPI indica que as propostas são prioridades do governo. Com isso, esses projetos passam a fazer parte, por exemplo, das apresentações que o PPI faz a investidores.
Também foram incluídos no programa 7 arrendamentos portuários e a concessão da BR-135/316/MA.