Manifestantes cobram notícias dos presos e visita controlada, que foi suspensa por causa da pandemia do novo coronavírus; OAB e PM tentam acordo. Secretaria que administra o presídio informou que já iniciou planejamento para retomada das atividades, mas ainda não há data prevista. Parentes de presos protestam em frente ao sistema prisional de Alagoas
Familiares de presidiários protestam nesta terça-feira (21) em frente ao complexo prisional de Alagoas, localizado no bairro Cidade Universitária, Maceió. Eles chegaram a bloquear a rodovia BR-104 por volta das 13 horas, mas liberaram o trânsito no final da tarde.
Segurando cartazes nas mãos, eles cobram mais acesso a informações sobre o estado de saúde dos presos e retomada das visitas entrega de alimentos, que foram suspensas preventivamente por causa da pandemia do novo coronavírus.
Uma representante dos manifestantes, que pediu para não ser identificada, contou ao G1 que eles estão há quase 5 meses sem notícias dos presos e não conseguem uma resposta concreta do Estado.
“A gente quer a resposta dos nossos pleitos. A volta da visita controlada, pois outros estados já estão com essas voltas. A gente quer a entrega da feira, atendimento médico, notícias dos reeducandos. Faz 5 meses que os familiares não têm notícias dos presos. A gente sabe que tem a pandemia, mas tem como ter essa visita controlada, qualquer tipo e resposta concreta”, disse ela.
A Secretaria de Estado de ressocialização e Inclusão Social (Seris) informou à reportagem que a suspensão é uma determinação da 16ª Vara Criminal da Capital, para evitar aglomeração e o avanço da proliferação do vírus. O órgão disse ainda que já iniciou um planejamento para a retomada das atividades, mas ainda não há uma data prevista.
Mulheres de presos protestam na rodovia em frente ao complexo prisional de Alagoas, na Cidade Universitária
Arquivo pessoal
Segundo os parentes dos presos, foi proposta uma troca de cartas entre parentes e presos, mas não deu certo, pois o Sistema Prisional alega ter baixo efetivo. Ainda segundo a mulher, várias reuniões foram feitas para chegar a um acordo, como também foi feito um cronograma que faltava apenas a assinatura do governador.
“Já foram feitas várias reuniões dos representantes dos familiares junto com a OAB. [Os familiares] foram a varias reuniões, foi feito um cronograma, mas eles disseram que não iam liberar o cronograma pois esperam a assinatura do governo”, declarou a mulher.
“O governador vem abrindo aí coisas que não são essenciais, então e os reeducandos? O sistema prisional que é totalmente essencial? São seres humanos, são pessoas ali que estão pagando pelos erros, mas são seres humanos que estão sofrendo com alimentação, com a saúde, com a falta de familiares, com nenhum tipo de resposta, nenhum tipo de preocupação. E há tempos que estamos trabalhando e há tempos que estamos sem respostas”, disse uma das representantes dos familiares dos presos.
Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL), através da Comissão dos Direitos Humanos, informou que está mediando as negociações entre os familiares dos presos com o objetivo de chegar a um acordo. Leia na íntegra abaixo:
Nota da OAB-AL
Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL), por meio da Comissão de Direitos Humanos, está mediando as negociações entre os familiares dos reeducandos do Sistema Prisional de Maceió e o Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, com finalidade de chegar a um acordo e a rodovia BR-104 seja liberada.
Mulheres de presos cobram acordo sobre visitas, que foram proibidas no sistema prisional de Alagoas por causa da pandemia do novo coronavírus
Arquivo pessoal
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