Exportação de carne suína do Brasil avança 37% no 1º semestre puxada pela China


Vendas ao exterior geraram receita de US$ 1,08 bilhão no período, alta de 52,5% ante 2019. Vendedor segura peça de carne suína em mercado em Handan, na China
REUTERS/Stringer
As exportações de carne suína do Brasil avançaram 37% no primeiro semestre de 2020 em comparação com igual período do ano anterior, atingindo 479,4 mil toneladas, em meio à firme demanda asiática, disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta terça-feira (7).
Os embarques, considerando produtos in natura e processados, geraram receita de US$ 1,08 bilhão de dólares no período, alta de 52,5% ante 2019, acrescentou a ABPA.
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Segundo comunicado da entidade, as vendas para a Ásia tiveram crescimento de 83,1% nos seis primeiros meses do ano, a 374,5 mil toneladas – ou cerca de 78% do total embarcado.
Principal destino da proteína brasileira, a China importou 230,7 mil toneladas do produto no primeiro semestre, avanço de 150,2% no ano a ano.
O movimento é similar ao verificado nas aquisições de carne bovina do Brasil pelo país asiático, que saltaram 148% no período, segundo dados da Abrafrigo.
Os números da ABPA sobre a China não incluem as exportações para Hong Kong, que no primeiro semestre importou 92,9 mil toneladas de carne suína, alta de 18,6% no ano a ano, o que faz do território o segundo maior cliente do Brasil.
“Os impactos gerados na Ásia pela peste suína africana desde 2018 continuam a ditar o ritmo das importações da região”, disse em nota o presidente da ABPA, Francisco Turra, mencionando a doença que dizimou metade da criação de porcos da China, a maior do mundo, impulsionando as aquisições de proteínas pelo país no mercado externo.
Considerando apenas junho, foram exportadas 96,1 mil toneladas de carne suína, alta de 50,4% na comparação anual, com receita de US$ 198 milhões, 43,4% superior à de junho de 2019.
Frigoríficos suspensos
No fim de semana, a China suspendeu as importações de 2 unidades processadoras de carne suína do Brasil, de acordo com a autoridade aduaneira chinesa, restringindo os embarques em meio a preocupações com o novo coronavírus.
Agora, 6 unidades de frigoríficos brasileiros foram até agora impedidas de exportar para a China em meio a preocupações crescentes com os milhares de casos de Covid-19. Desse total, 5 foram embargadas pelos chineses e 1 pelo Ministério da Agricultura do Brasil.
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A China é a maior compradora de carne suína, bovina e de frango do Brasil. O país asiático solicitou que os exportadores de carne certifiquem globalmente que seus produtos estão livres de coronavírus, o que BRF, JBS e outras processadoras de alimentos do Brasil já fizeram.
Na semana passada, o presidente da ABPA afirmou que não havia motivo técnico para as suspensões.
“Não há fundamento técnico algum nesta suspensão. O produto (carne) está chegando lá (na China) e sendo analisado sem problema de qualquer natureza… sem Covid-19. Porém, é uma forma de dar satisfação ao consumidor chinês”, disse Francisco Turra, no dia 30 de junho.
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