Estudo brasileiro sobre uso de plasma contra covid-19 evolui ‘muito bem’

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse que, além da cloroquina, os testes mais avançados de novos tratamentos para o novo coronavírus (covid-19) são provavelmente o uso do plasma do sangue de pacientes curados. Esse componente do sangue possui anticorpos para o vírus e pode ajudar quem está lutando contra a enfermidade.

A cloroquina é um remédio usado para a malária e outras doenças, que está sendo usada de forma experimentalmente em, principalmente, pacientes graves com o coronavírus.

“Além da cloroquina, provavelmente o mais próximo de ter algum desfecho é o uso de plasma de pacientes que já têm anticorpos no seu organismo. Está evoluindo muito bem, o pessoal está trabalhando nessas novas possibilidades terapêuticas”, afirmou Gabbardo, que é o número dois da pasta, abaixo do ministro Luiz Henrique Mandetta.

De acordo com o secretário, resultados de novos estudos sobre os tratamentos devem sair nos próximos dias. O presidente Jair Bolsonaro é um dos maiores entusiastas do uso da cloroquina. Entretanto, o Ministério da Saúde pede cautela quando o medicamento, pois este possui efeitos colaterais e é necessário pesar seus riscos e benefícios. Por isso o foco nos pacientes mais graves, em que os potenciais benefícios superam os riscos.

Nesta quinta, um boletim da pasta da saúde também adota o tom de cautela. O texto informa que a cloroquina associada à azitromicina é apontada como um medicamento promissor para covid-19, mas é necessário esperar mais duas ou três semanas para obter resultados mais confiáveis nos testes. “Ainda não há evidência robusta de que essa metodologia possa ser ampliada para população em geral, sem uma análise de risco individual e coletivo”, aponta o documento.

Na última terça-feira (7), o Ministério da Saúde informou acompanhar nove estudos com o objetivo de obter novos tratamentos para o coronavírus. Mais de 100 centros de pesquisa, como universidades federais e hospitais, estão envolvidos. De acordo com o ministério, participam dos estudos 5 mil pacientes com sintomas leves, moderados e graves.