Enem 2020: veja cronograma de estudos e dicas para se preparar sozinho para a prova, em casa

Professores de cursinhos pré-vestibular recomendam que candidatos estabeleçam uma rotina fixa. Confira calendário com o que deve ser estudado por dia. Ainda é possível estudar para o Enem – mesmo em casa, sozinho.
Mariana Tavares
A menos de 5 meses do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, ainda é possível se preparar para a prova. Com o auxílio de professores, o G1 montou uma lista de dicas para quem vai estudar sozinho, em casa. E mais: um cronograma que distribui, pelas próximas 14 semanas, os conteúdos mais cobrados nas últimas edições da prova.
Daniel Cecílio, diretor do curso pré-vestibular Oficina do Estudante (SP), explica que ter um calendário organizado auxilia o candidato a criar uma rotina diária e a administrar o tempo que resta até janeiro, quando o Enem será aplicado. “Ajuda a frear o medo de que ‘tem muita coisa, não sei por onde começar’, que acaba paralisando o aluno. Ter um cronograma alivia a ansiedade”, diz.
A seguir, confira o plano de estudos feito pela equipe pedagógica do Poliedro e veja as principais recomendações para estudar sozinho:
1- Estabelecer prioridades
“Começo a estudar pelo que já sei ou pelo que acho mais difícil?” Segundo Cecílio, o ideal é iniciar pelas matérias de nível intermediário. “Não há tempo para começar do zero um assunto no qual o aluno tenha mais dificuldade”, afirma.
Ele recomenda que o candidato defina prioridades – divida os assuntos por níveis de domínio. Por exemplo: já tem a base do conceito de progressão aritmética, mas precisa treinar? É uma boa opção para começar. Depois, pode focar nas disciplinas que considera mais fáceis. E, por último, se sobrar tempo, estudar o que parece mais difícil.
Essa forma de organizar os estudos também leva em conta o método de correção do Enem – a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Dois alunos podem acertar o mesmo número de questões, mas obter notas diferentes, já que há um sistema “antichute”. Se um estudante acertar questões consideradas difíceis e errar as fáceis, terá uma nota mais baixa – o TRI detecta que ele provavelmente “chutou” as alternativas.
“O candidato não pode negligenciar algum tópico que ele ache que já saiba. Não é a prioridade, mas não pode ficar de lado. É como um atleta: ele pode ter certeza dos movimentos que fará na competição. Mas, se não treiná-los, não terá um bom resultado”, diz Luís Gustavo Megiolaro, diretor pedagógico adjunto do Colégio Poliedro (SP).
2- Fazer simulados e provas anteriores do Enem
Mesmo que o aluno não esteja matriculado no cursinho ou no ensino médio, pode organizar seu próprio simulado do Enem. O ideal, segundo os especialistas, é usar edições antigas do Enem (disponíveis gratuitamente na internet) e reproduzir condições semelhantes às da prova: cronometrar o tempo de duração do exame, só se levantar para ir ao banheiro e separar a garrafinha de água e o lanche.
“É uma maneira de ter contato com o formato da prova e de detectar dúvidas e conteúdos que devem ser trabalhados”, afirma Cecílio, da Oficina do Estudante. “Viu que um mesmo assunto caiu em 2018 e em 2019, mas não conseguiu resolver os exercícios? Já separe um tempo para rever esse tópico.”
Além disso, com simulados, os candidatos definem qual estratégia vão seguir no Enem: começar pela redação ou pelas questões, pelas perguntas fáceis ou pelas difíceis. Também desenvolvem resistência física e mental para enfrentar as mais de quatro horas de prova.
3- Organizar uma rotina
Se o aluno estivesse presencialmente na escola ou no cursinho, teria horários de entrada e de saída, certo? Em casa, a mesma lógica deve ser seguida. É importante definir uma rotina.
Abaixo, o Poliedro sugere uma forma de distribuir as disciplinas ao longo da semana. É claro que dá para fazer ajustes e mudar, por exemplo, o momento da refeição:
4- Separar um tempo para o lazer (e para dormir!)
E atenção: não é porque falta pouco tempo para a prova que o candidato deve abandonar o lazer e o descanso. Mesmo durante a pandemia, é possível pensar em alternativas de diversão que tragam bem-estar físico e emocional.
“O foco é nos estudos, mas é preciso ter uma válvula de escape para aliviar o estresse e a ansiedade. Dá para fazer atividade física mesmo em casa. Não gosta de esportes? Outra alternativa é tocar um instrumento musical, por exemplo, por meia hora diária”, diz Cecílio.
As horas de sono também devem ser preservadas na rotina de preparo para o Enem. “É dormindo que o aluno vai armazenar na memória o que foi estudado durante o dia”, afirma o diretor.
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5- Escolher os materiais de estudo com cuidado
Durante a pandemia, o acesso a materiais de estudo fica mais limitado. Mas, ainda assim, é possível se preparar para o Enem.
Se o estudante não tiver apostilas de cursinho, por exemplo, pode usar os livros do ensino médio. Outra opção é buscar fontes confiáveis de informação na internet.
“Há bastante material gratuito disponível, mas é preciso ficar atento à qualidade. Videoaulas são ótimas formas de estudar – escolha as postadas por cursinhos ou professores conhecidos. Dê uma olhada no número de visualizações do vídeo e nos comentários”, recomenda Megiolaro, do Poliedro.
Se o estudante tiver um acesso instável à internet, pode pedir a ajuda de colegas. O envio de fotos do material por Whatsapp, apesar de estar longe do modo ideal, pode ser uma alternativa.
6- Não se comparar aos outros
Ansiedade e medo já costumam acompanhar os candidatos no preparo para o Enem. Durante a pandemia, é esperado que o confinamento, os possíveis problemas financeiros da família e a dificuldade para ter acesso ao ensino remoto aumentem o sentimento de insegurança.
Por isso, é preciso cuidar da saúde emocional. “Os alunos devem se preocupar com o que está ao alcance deles. Não adianta, agora, pensar que o Enem deveria ocorrer em outra data ou que outros jovens estão com condições melhores de estudo. Só vai trazer ansiedade”, diz Megiolaro.
“Os candidatos devem focar neles mesmos e pensar no que dá para fazer: montar uma rotina de estudos e tentar se dedicar o quanto for possível. Isso alivia o desgaste emocional.”
Datas do Enem
Provas impressas: 17 e 24 de janeiro
Prova digital: 31 de janeiro e 7 de fevereiro
Reaplicação da prova: 24 e 25 de fevereiro (para pessoas afetadas por eventuais problemas de estrutura)
Resultados: a partir de 29 de março