Documentário A Última Abolição será exibido na Mostra Vidas Negras Importam

Cena do documentário

(Foto: Divulgação)

O Canal Brasil se junta à luta antirracista e traz uma programação especial que reforça a importância do debate de igualdade racial. Nesta quinta, dia 4 de junho, o canal preparou um especial com ficções e documentários que dão voz aos negros e exaltam ainda mais suas histórias, reforçando suas batalhas e o intenso e tão necessário protesto contra o racismo e a violência. A Mostra Vidas Negras Importam, que começou à 14h, tem como intuito alertar para a alta discriminação e desigualdade racial no Brasil e no mundo. 

A mostra, que vai além da TV e se estende ao Canal Brasil Play – disponibilizando os conteúdos gratuitamente para não assinantes -, inclui quatro produções. Serão destaques no especial: A Última Abolição, O Caso do Homem Errado, Nóis por Nóis e Eu Não Sou Seu Negro.

Com direção de Alice Gomes, A Última Abolição abre a maratona e analisa o protagonismo dos escravos na luta pela própria liberdade. O documentário, que tem tomadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, faz uma retrospectiva profunda e detalhada de um dos momentos mais emblemáticos da história do Brasil, uma consequência não apenas da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888.

Embasado pelo depoimento de estudiosos sobre o tema, como os professores Amílcar Pereira (UFRJ), Ana Flávia Magalhães (UNB) e Giovana Xavier (UFRJ), o filme destaca os movimentos abolicionistas, seus aliados e inimigos; as ligações da elite política e cultural do país com os movimentos mundiais contra a escravidão; a resistência, revoltas, lutas armadas, quilombos e os líderes da população negra escravizada; culminando com a Lei Áurea e suas consequências para a população negra do Brasil. Ao mostrar o protagonismo do povo negro na luta por libertação, o documentário contribui para o debate da história brasileira e da formação da cultura, jogando um novo enfoque no tema e fortalecendo o combate ao preconceito racial.

Às 15h20, o Canal Brasil exibe O Caso do Homem Errado, de Camila de Moraes. O documentário conta a história do operário negro gaúcho Júlio César que, ao ser confundido com um assaltante, foi executado pela Brigada Militar do estado do Rio Grande do Sul, no dia 14 de maio de 1987. Um assalto em andamento em um supermercado da cidade trouxe uma multidão para o entorno do acontecimento. Duas crianças eram mantidas como reféns quando um confronto com a polícia se iniciou. Enquanto isso, do lado de fora, Júlio César aguardava o desfecho do episódio quando foi acometido por um ataque epilético que o levou ao chão. Em meio à confusão, uma voz sentenciou o homem caído após o fim do roubo.

Na sequência, às 16h40, o especial continua com Nóis por Nóis. O filme de Aly Muritiba e Jandir Santin tem como destaques Ma Ry, Maicon Douglas, Otávio Linhares e Matheus Moura no elenco. Durante um baile de rap, quatro amigos se ocupam com atividades e objetivos diferentes. No entanto, as reviravoltas da noite unem seus destinos de maneira permanente.

Indicado ao Oscar de Melhor Documentário e vencedor de prêmios pelo mundo, o documentário Eu Não Sou Seu Negro fecha a maratona, às 18h15. Com direção de Raoul Peck e narrada por Samuel L. Jackson, a produção é inspirada na obra de James Baldwin, “Remember This House” – “Lembre-se desta Casa”, em tradução livre –, livro sobre a história do ativismo racial nos Estados Unidos a partir de suas principais três figuras: Martin Luther King Jr., Malcolm X e Medgar Evers. O filme compara as propostas dos líderes ativistas com questões raciais contemporâneas.

No Play, os destaques são: Eu Não Sou Seu Negro e os curtas Chico e Universo Preto paralelo. No VoD – nos serviços das operadoras NOW e Vivo Play -, além de A Última Abolição e Nóis por Nóis, que fazem parte do especial na TV, a lista conta com mais seis representantes: Relatos do Front, Ônibus 174, Sabotage: maestro do Canão, Uma onda no ar, Madame Satã e Faroeste Caboclo.