Desemprego sobe para 13,3% em junho e país tem nova queda recorde no número de ocupados

País perdeu 8,9 milhões de postos de trabalho em relação ao trimestre anterior. A taxa oficial de desemprego no Brasil subiu para 13,3% no trimestre encerrado em junho, atingindo 12,8 milhões de pessoas, com um fechamento de 8,98 milhões de postos de trabalho em relação ao trimestre anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de pessoas ocupadas no Brasil teve redução recorde de 9,6% em relação ao trimestre encerrado em março, superando o recorde anterior registrado no trimestre encerrado em maio, quando a queda foi de 8,3%.
“A população ocupada (83,3 milhões de pessoas) chegou ao menor nível da série histórica iniciada em 2012, com redução de 9,6% (8,9 milhões de pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior e de 10,7% no confronto com o mesmo trimestre de 2019 (10 milhões de pessoas a menos)”, informou o IBGE.
Apesar da alta da taxa de desemprego, o número de desempregados apresentou estabilidade na comparação com o trimestre de janeiro a março de 2020 (12,9 milhões de pessoas) e também com igual trimestre do ano anterior (12,8 milhões de pessoas).
De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, a taxa de desemprego subiu por causa da redução da força de trabalho, que soma as pessoas ocupadas e desocupadas. “Essa taxa é fruto de um percentual de desocupados dentro da força de trabalho. Então como a força de trabalho sofreu uma queda recorde em função da redução no número de ocupados, a taxa cresce percentualmente mesmo diante da estabilidade da população desocupada”, explica.
Inicialmente, a pesquisa estava prevista para ser divulgada no dia 29 de julho, mas foi adiada em razão da maior dificuldade do IBGE realizar a coleta por telefone.
Perspectivas
Depois do forte tombo em março e abril, em meio às medidas de isolamento social, a economia tem mostrado sinais de recuperação, mas a incerteza ainda permanece elevada e o país continua perdendo postos de trabalho, apesar do alívio oferecido por programas como o auxílio emergencial.
Segundo dados divulgados na semana passada pelo Ministério da Economia, o Brasil perdeu 10,9 mil vagas formais de trabalho no mês passado. Assim, o semestre fechou com recorde de 1,2 milhão de postos eliminados durante a crise.
A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de retração de 5,66% para a economia brasileira este ano.
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