Demanda interna por bens industriais avançou 5,2% em junho, diz Ipea

Resultado confirma a tendência de recuperação da atividade econômica ante a flexibilização do isolamento social. A demanda interna por bens industriais avançou 5,2% de maio para junho, informou nesta terça-feira (11) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O resultado confirma a tendência de recuperação da atividade econômica ante a flexibilização do isolamento social.
Produção industrial cresce em 14 dos 15 locais pesquisados em junho, aponta IBGE
Em maio, o indicador já havia subido 2,2% perante o mês anterior. Apesar dos índices positivos, houve recuo de 19,6% no indicador na passagem do primeiro para o segundo trimestre. O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais considera a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno acrescida das importações.
Desagregando o indicador, sem ajuste sazonal, a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) aumentou 16,2% em junho ante maio, e as importações de bens industriais recuaram 22,5% na mesma base de comparação.
Indústria tomba quase 20% no segundo trimestre em relação ao mesmo período em 2019
Ante junho de 2019, a demanda interna por bens industriais se retraiu 12,4%. Com isso, o segundo trimestre do ano apresentou queda de 19,7% em relação ao verificado no mesmo período do calendário anterior.
Com relação às categorias econômicas, o desempenho de junho foi “bastante disseminado”, na definição do Ipea. Só a demanda por bens de capital recuou 13,9%, enquanto a demanda por todas as demais categorias variaram positivamente na margem. O destaque ficou por conta da demanda por bens de consumo duráveis, com alta de 72,1%. Na comparação interanual, porém, o resultado é negativo para todas as categorias, refletindo as dimensão da crise sobre a indústria.
Já para as chamadas classes de produção, o Ipea detectou aumento da demanda interna por bens da indústria de transformação, que avançou 2,8% em junho sobre maio. A indústria extrativa mineral avançou 59,7% na margem, afetada por um forte crescimento das importações de petróleo e gás natural.
Ao todo, 15 dos 22 segmentos investigados avançaram. Entre aqueles com peso relevante, o destaque positivo ficou por conta do segmento veículos, que registrou alta de 72,4% na comparação com maio, em linha com o que já havia apontado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE).